Caros amigos golfistas, terminou no sábado o Campeonato Nacional Absoluto de 2011 no Oporto Golf Club. Importa, pois, reflectir sobre alguns pontos:
1) O Gonçalo Pinto provou que está no bom caminho para ser um grande jogador de Golf. É dos nossos jovens jogadores mais promissores e trabalhadores. Fez a opção de se dedicar exclusivamente à modalidade, deixando os estudos de parte, e até agora tem obtido bons resultados. Infelizmente, em Portugal, continua a ser necessário optar por ser atleta de alta competição ou estudar, pois são situações completamente incompatíveis. Desejo-lhe a maior sorte no futuro.
2) O Golf Feminino Português encontra-se em mau estado. Prova disso são os resultados do Campeonato. Tirando as duas últimas voltas da Magda Carrilho (que merece indiscutivelmente os meus Parabéns), o nível geral foi muito fraco. Ao fim de dois dias de prova, a líder levava já 15 acima do par do campo. Não consigo, sinceramente, entender porque há tão poucas jogadoras de handicap baixo em Portugal e, principalmente, porque não jogam melhor. Não é por falta de apoio, não é por falta de divulgação (aliás a FPG até já criou uma comissão para o efeito) e também não é por falta de torneios, quer nacionais, quer internacionais. Será que é por não gostarem?
3)A falta de civismo dos jogadores em geral é cada vez mais gritante. A quantidade de divots por repor, de pitch marks por reparar e de bunkers por alisar é absolutamente inacreditável. Não se concebe que um jogador de Golf tire um “bife” do meio do fairway e seja incapaz de o recolocar.
Neste Campeonato vi imensos jogadores a não repor os divots, mas não vi nenhum árbitro a chamar à atenção os jogadores. Não pode ser! Um campo dá muito trabalho a manter. Se o queremos em boas condições, todos temos de cumprir o nosso papel. Faz parte da Etiqueta do Golf. Deixo aqui uma sugestão: porque não criar uma regra local que penalize quem não recolocar o divot? Provavelmente, iríamos ver muito menos divots no campo...
4) O campo do Oporto mais uma vez provou não ser tão fácil como parece. Muita gente diz que é um campo acessível porque tem os fairways muito largos. Ora no final de 4 dias, ou seja 72 buracos, só um jogador acabou abaixo do par do campo. Quem diz que é muito fácil é melhor lá ir e ver se consegue cumprir o seu handicap....
5) O preço da inscrição para um jogador maior que 23 anos é de 75€. Isto representa um aumento de 4 vezes em relação a quem tem entre 19 e 23 anos. Eu acho que é muito dinheiro. Actualmente, é cada vez mais complicado um jovem de 24 anos já estar empregado e a ganhar mais do que o salário mínimo. Eu sugiro que se faça a distinção entre maiores de 24 e maiores de 35 anos. Porque não cobrar 40€ entre os 24 e os 35 e 75€ para os maiores de 35 anos?
Outros assuntos haveria para reflectir, mas estes são os que me parecem mais importantes neste momento. Comentem à vontade, desde que com educação e etiqueta!
P.S.: Li um artigo na revista “Golfe Magazine” que me deixou perplexo. Não me recordo do nome do cronista, mas apenas do estilo que em que escreveu. Era um artigo quase só em calão. Não dignifica em nada a nossa modalidade e, tão pouco, contribui para o seu crescimento. Deixo aqui o meu voto de protesto pela sua publicação.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
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