Joguei na semana passada as meias-finais do Expresso BPI na Estela. É um torneio excelentemente organizado e muito atractivo de se jogar.
Já é a quarta vez que jogo este torneio e nunca conseguimos passar das meias-finais. É o sentimento generalizado na nossa equipa que é muito difícil passar. Só com condições atmosféricas adversas, podemos ter alguma hipótese, dado a pontuação fora do normal que alguns pares conseguem com condições benéficas (sem vento ou chuva).
Ainda nestas meias-finais houve um par que conseguiu fazer a surreal soma de 50 pontos. Sim, CINQUENTA PONTOS! Jogavam com handicap 12 e fizeram 2 abaixo gross! Ora, sabendo que foram “controlados” durante o jogo (ou seja, não fizeram batota), é impossível alguém afirmar que têm o handicap devidamente aferido.
O que este torneio vem pôr a nú é a falta de controlo dos handicaps em Portugal. Já referi noutro artigo que deixar inúmeros clubes sem campo fazer atribuição de handicaps sem controlo pode levar a situações deste género. Há muitos jogadores que gerem o seu handicap durante o ano para poderem chegar a estas provas e ganhar viagens!
A Federação deveria permitir o acesso a todos os registos de handicaps dos seus federados (alguns clubes já permitem, o Oporto é um deles). Há várias maneiras de gerir handicaps. Por exemplo: se se estiver a jogar bem, fazer muitas pancadas nos últimos buracos de algumas provas para não se descer; criar torneios (que nem são jogados) com meia dúzia de jogadores em que todos jogam acima do seu handicap; não inserir bons resultados obtidos fora do seu home club; etc.
Só assim seria possível tirar todas as dúvidas sobre os handicaps de todos os jogadores nacionais.
Em relação ao Expresso BPI, é minha opinião que teria muito a ganhar se alterasse a modalidade de jogo para Greensomes (duas saídas, escolhe-se a melhor e joga-se pancadas alternadas) pois é uma forma de jogar muito mais justa que o Texas Scramble.
O Texas Scramble permite situações muito injustas, como por exemplo poder colocar a bola no meio da areia ou dos chorões depois do parceiro ter jogado do lie inical. É como se estivesse a jogar do fairway!
Só mudando a modalidade se pode evitar resultados inimagináveis como os registados nas várias eliminatórias e trazer mais credibilidade ao Campeonato Nacional de Empresas para, por conseguinte, defender o verdadeiro valor do Golf: o respeito pelo jogo e pelos adversários.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
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Excelente artigo, onde mais uma vez abordas um tema (handicaps~e seu controlo) que muita gente olha para o lado e fibge que não se passa nada!! Não sei se o que a FPG faz neste capítulo é ou não suficiente, mas a juntar a tudo isto, a mentalidade dos jogadores ainda está longe de ser a melhor (um reflexo das suas verdadeiras personalidade!) Bom trabalho e continua a mexer nas feridas!
ResponderEliminarAbraço, Fernando Serpa
A modalidade não tem culpa Miguel, quem tem culpa são em primeiro lugar as pessoas que são pouco sérias quanto aos seus handicaps, aos clubes imcompetentes que não os controlam e por ultimo a FPG que lhes deu essa possibilidade e que agora dando-se conta que há esta arrabaldaria, não faz nada para sério para acabar com esta palhaçada. Quem acaba por ficar prejudicado é a organização, excelente diga-se, que acabará por perder jogadores.
ResponderEliminarCaro Miguel,
ResponderEliminarMais uma vez parabéns pelo excelente artigo.
No entanto não partilho de todas as opiniões nele vertidas.
O Texas Scramble é uma modalidade que beneficia os pares com um Hcp alto e médio/alto. Em condições normais, uma dupla com Hcp baixo jamais conseguirá ganhar a uma dupla com Hcp alto. Quem joga Texas tem de assumir esta premissa, ou de contrario sairá frustrado.
Quanto à "gestão" dos Hcp's por parte dos jogadores, não me parece que seja um problema exclusivo dos clubes sem campo.
Não há forma de controlar a "gestão" habilidosa do Hcp, porque simplesmente não se pode aferir o Hcp de um jogador pelos treinos que faz no clube.
Já agora lanço-lhe um desafio: Indique qual o clube que gere o Hcp dos jogadores que fizeram a "pistolada".
Caro Fernando, obrigado pelo comentário. Eu também não sei o que a FPG faz neste capítulo, mas sei uma coisa: podia fazer mais de certeza. Caro Rui, concordo contigo! No entanto, acho que se a modalidade fosse mudada com certeza que estes resultados já não aconteciam e o torneio não perdia os jogadores de handicap baixo que tem hoje em dia.
ResponderEliminarCaro Eduardo, o que eu afirmo é que os clubes sem campo potenciam o aparecimento deste resultados, mas claro que não são os únicos causadores. Em última análise, o jogador é que é responsável pelo seu handicap e por este reflectir o seu verdadeiro nível de jogo. Não concordo quando diz que não há forma de controlar. A publicitação de todos os registos permitiria que cada um de nós pudesse denunciar situações fraudulentas. Em relação ao par "pistoleiro" não lhe sei dizer qual o clube porque os resultados ainda não estão na net. Quando a media golf os publicar poderá ver qual ou quais os clubes em causa.
Para acabar com estas dúvidas comcordo com um amigo que acha que devia ser em stroke play.
ResponderEliminarSempre houve resultados assim. E pode ter uma explicação : o TS é para hcp médios de 20 a 24. Que são hcp de jogadores que ainda não têm consistencia de jogo (eu vejo por mim).e que por isso beneficiam de um acerto do par, o que lhes permite fazer resultados expressivos. Num dia muito bom podem acontecer este tipo de resultados. Daí a serem pistoleiros há uma distancia. E como é um par está a chamar pistoleiros aos dois, que pode também não ser o caso, porque a TS permite que um jogue muito bem e outro mal e fazerem um resultado deste nivel. Dificil.... mas possivel. O meu par fez um bom resultado. Pelo nivel de jogo, se jogassemos individualmente, eu teria feito 20 e tal pontos e o meu colega 30 e muitos pontos. Na conjugação, deu 43. Como podia ter dado mais....
Olá Miguel,
ResponderEliminarConcordo contigo quando afirmas que a modalidade proporciona resultados "surreais", não penso que terá haver com jogadores pistoleiros, mas sim com um jogo com excelente coordenação e por vezes alguma sorte à mistura, como diz o nosso amigo "anónimo" e passo a citar " se jogassemos individualmente, eu teria feito 20 e tal pontos e o meu colega 30 e muitos pontos. Na conjugação, deu 43. Como podia ter dado mais...." é uma situação que pode ocorrer mais facilmente em formações com hdc mais alto do que em formações de hdc mais baixo, e sim, concordo contigo que deveria ser outra modalidade.
Por ultimo, gostava que me explicasses o porque de só acusares os clubes sem campo? tem algum fundamento essa afirmação?
Abraço
Caro Miguel, obrigado pelo comentário. Eu não acuso só os clubes sem campo. Até já esclareci isso no meu comentário anterior. Digo apenas que o elevado número de clubes sem campo existentes potencia estas situações, pois muitos são apenas grupos de amigos. Abraço.
ResponderEliminarOlá a todos,
ResponderEliminarA questão da aferição do hcp poderá não estar afecta ao facto de o Club ter ou não Campo. Terá de certeza a ver com a idoneidade da respectiva Comissão, que tem competencia "emprestada" ou "confiada", pela FPG. Deverão ser dignos de tal delegação.
O Miguel pôs mais uma vez o dedo em algumas feridas. Tanto mais que, há quem advogue, que em TS, a bola deve ser "dropada" tão próximo quanto possível do ponto onde estava a do parceiro, e não colocada. Em sede de regras preferia nada mais adiantar, tais são os normais ultrajes...
O hcp, tem por função equilibrar a qualidade de jogo. Não, criar privilégios seja a que categoria ou média de hcp seja.
Deve pois ser assim praticado.
Estou convicto que, os altamente meritórios Promotores de Torneios de qualidade, bem como os seus Patrocinadores, estão cada vez mais atentos a estas realidades, não deixando de encontrar boas e Regulamentares soluções.
Deus me ouça.
Abraço.
Amadeu
Caro Miguel,
ResponderEliminarNo caso dos 50 pontos, a equipa é de Miramar, que tem campo.
A verdade nos HCP´s não tem a ver com ter campo ou não ter campo.
Concordo que o aceso a cada jogador no Datagolf devia ser livre.
Abraço,
Jorge Dias
Caro Miguel.
ResponderEliminarAndo a lutar há anos para acabar com a pouca vergonha que são os "handicaps". Tanto que desconfio que os meus Amigos Golfistas já acham, que nesta matéria, sou obsessivo.
Na minha opinião as razões são, essencialmente três, uma que não tem solução.
A que não tem solução é que o Golf foi criado para ser jogado por Gentlemen... e hoje há muita gente com pouca educação a jogar.
As outras decorrem do regime de Handicaps criado pela EGA - a Europa quando se mete só complica.
A obrigatoriedade de inscrição prévia para jogar um EDS deveria aplicar-se somente para a entrega de cartões com resultados inferiores à "buffer zone". Sempre que um jogador faz um resultado superior a 36 pts, deveria ser obrigatória a entrega do cartão.
Também não é correcto, que o número de Resultados Válidos que um jogador tenha que entregar para manter o handicap, seja o mesmo para o jogador que joga 10 vezes por ano e para o jogador que joga 100 vezes por ano... deveria ser uma percentagem, na minha opinião relativamente elevada do número de vezes que o jogador joga..
Duas coisas simples... e que fechariam a porta aos que acham que existe uma coisa... nova para mim, que é um "Handicap folgado"!
Abraço.
Pedro