Infelizmente, só hoje tive tempo para escrever um artigo! Primeiro, tenho de agradecer as várias mensagens de parabéns que já recebi sobre o blog vindas de todo o país. É um sinal que este blog está a começar a cumprir o principio para o qual foi criado: fomentar a discussão sobre a modalidade e tentar encontrar novos caminhos para aumentarmos não só o número de praticantes, mas também a qualidade dos mesmos! Adiram ao grupo “O meu Golf” no Facebook e comentem à vontade tanto lá como aqui!
Passando ao tema deste artigo, há pouco tempo disseram-me que para se tirar um curso de profissional de Golf em Portugal o handicap máximo admissível era 18.0! Eu não acreditei, mas fui ver o regulamento e é verdade!!! Como é que isto pode ser possível?? Uma pessoa com handicap 18 pode alguma vez ter noções suficientes par poder dar aulas de Golf? A resposta é evidente: NÃO!
Mas vamos olhar para os outros requisitos de entrada no curso de nível I:
a)Possuir licença desportiva da Federação Portuguesa de Golfe;
Há quanto tempo? Não interessa? Se uma pessoa tiver hnd 18 e um ano de golf já pode ser profissional!
b)Ter o máximo de 18,0 de Handicap – EGA;
Este é para rir, senão tinha que chorar…
c)Ter pelo menos a escolaridade obrigatória e a idade mínima de 18 anos;
Este é pacífico e sensato.
d)Ficar qualificado na Prova de Jogo de acordo com o regulamento específico da respectiva competição, nunca inferior a duas voltas de 18 buracos, a definir anualmente em função do número de candidatos inscritos, tendo de obter no conjunto de duas voltas um mínimo de 32 pontos Stableford Gross;
Este também é inacreditável: 32 pts gross em duas voltas, portanto 40 acima do par (sem contar com triplos e quádruplos bogeys).
e)Aprovação em prova escrita de português (1 folha A4, cerca de 200 palavras) sobre tema a definir. Esta prova é considerada eliminatória, ficando dela isentos os candidatos com habilitações iguais ou superiores ao 12º Ano de escolaridade.
Também pacífico.
Com estas regras, não é de admirar situações como estas três que me contaram: numa das aulas do curso, um aluno não sabia o que era St. Andrews; noutra aula, outro aluno não sabia o que era o “take-away” no swing (talvez estivesse a pensar na Pizza Hut); noutra aula, esta prática, cada vez que uma pessoa dava um “top” a explicação dos futuros professores era aquela que ouvimos sempre: “tiraste os olhos da bola”!.
Ora, num país onde o primeiro-ministro tirou o curso ao domingo, onde há administradores de empresas públicas com habilitações suficientes apenas para um lugar de secretariado, vamos começar a ter professores de Golf sem as mínimas noções da modalidade. O que é que estes professores vão ensinar aos alunos? Como é que os alunos o respeitarão se o professor não é capaz de dar um “draw” ou um “fade” para exemplificar, se não sabe dar um shot do bunker, se não sabe explicar todas as modalidade (stableford, strokeplay, match-play, etc.) para não entrarmos no plano da etiqueta…da forma de estar no campo, na forma de cuidar do campo, na relação com os outros jogadores, enfim podíamos estar aqui todo o dia a enunciar conceitos atrás de conceitos.
É este o modelo de desenvolvimento desejado pela Federação? Pôr pessoas que não percebem nada da modalidade a ensiná-la? Ou é apenas mais uma forma de tentar aumentar desesperadamente o número de praticantes de Golf em Portugal? Eu gostava que algum dia alguém me conseguisse dar uma resposta a estas perguntas...
sábado, 13 de fevereiro de 2010
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C´est presque arrivé en France mais la PGA-France a reussi a s´opposer a ce que n´importe quel "idiot" puisse donner des leçons...
ResponderEliminarNotre pauvre PGA Portugal n´a apparemment pas pu au minimum garder la formation des Pro et c´est vraiment dommage car le travail(de formation) fait par David Silva et Tony Bennett as été vraiment excellent et accepté par la PGA Europe
Grande Teixa!!! Estive a ler ontem o teu parecer de como se processam os mínimos requisitos para uma pessoa se tornar "Pro" em Portugal e é perfeitamente bárbaro!!! Como é possível!!! Não conheço a realidade noutros países, mas tenho quase a certeza que não são iguais, é muito mau para não chamar inclassificável…. À excepção de alguns nomes no “Mundo Profissional” do golfe português, assim vai o nosso desporto de eleição!!!!
ResponderEliminarDe quem será a responsabilidade?
Abraços
ML
Boas,
ResponderEliminarAntes de mais parabéns pelo blog! Penso que a modalidade só tem a ganhar com alguém que gosta de "provocar". Eu penso que é uma qualidade, pois desperta os outros, pelo menos faz com que se pense mais e se discuta mais no sentido de evoluir.
Dito isto:
1.º erro - o Curso é para treinadores, não para profissionais
Estou de acordo que para se ser treinador é importante saber fazer bem as coisas. Agora pergunto: Será que o handicap ou o resultado de umas voltas no campo garantem o saber fazer? (conheço hcps 5 que cometem erros técnicos que são eficazes mas errados tecnicamente) E mais será que quem sabe fazer (só por isso) sabe ensinar???
Estou de acordo também que para se ser treinador tem de se estar dentro da cultura, conhecer os termos e os formatos de jogo (penso que até seria uma forma de selecção, um teste de culltura de golfe).
Para esta crítica penso que seria importante ver o que se passa nas outras modalidades (quais os requisitos para se tirar o nível 1 de treinador no andebol, natação, atletismo...). E nos outros países, o que é necessário para se ser treinador nível 1? (por exemplo em Inglaterra - http://www.pga.info/CommunityServer/files/storage/30/2707/09EnglandLevel1and2Coaches.pdf).
Para acabar um exemplo muito óbvio - José Mourinho. Será que nunca devia ter sido treinador, porque como jogador nunca chegou aos calcanhares, nem sabe exemplificar aos seus jogadores (porque se soubesse tinha sido jogador)?!
Teixeirinha, por acaso concordo inteiramente com o que escreveste.
ResponderEliminarÓbvio que não digo que um bom treinador tenha que ter sido obrigatoriamente um óptimo jogador. Mas a verdade é que, para se ensinar a como lidar com determinadas situações, como por exemplo a pressão de se estar em primeiro lugar ao fim de um dia de competição ou a de se representar a selecção nacional, é preciso ter-se a mínima noção do que é passar por isso.
Aliás, nem é preciso irmos tão longe. Na minha opinião, uma das maiores qualidades de um profissional é a de conseguir olhar para um swing e saber exactamente o que corrigir sem que tenha que recorrer a uma filmagem (claro que estas não devem ser descuradas mas há alturas em que não é possível utilizá-las; se eu estiver num torneio, a aquecer no driving range, e as coisas não me estiverem a correr da melhor forma, o meu profissional tem que ser capaz de me dar uma dica que me dê confiança para os 18 buracos). E isso só se aprende com o tempo e através da observação do trabalho de vários treinadores e jogadores.
Em suma, penso que por muito bom que um curso seja, é extremamente difícil que consiga dar a um jogador que nunca teve um handicap minimamente baixo, o tipo de experiência necessária para analisar e ensinar da melhor forma. E mesmo dentro dos handicaps mais baixos, não é toda a gente que consegue ser um bom professor visto que ensinar envolve muitas vertentes: requer não só um bom nível técnico (porque é fundamental saber demonstrar como deve ser feito determinado movimento), como uma boa capacidade de comunicação, expressão ou mesmo tacto para saber lidar com cada jogador.
Não sei se o objectivo será, como disseste, o de aumentar o número de profissionais de golf para chamar mais praticantes. Mas, se assim o é, defendo sim que invistam na formação de monitores que se disponibilizem a realizar campanhas de sensibilização junto das escolas (não precisariam de ter uma grande experiência a nível golfístico, apenas terem a capacidade de motivar os mais novos para ingressar no desporto).
Continuação do bom trabalho, um grande beijinho
Marta Vasconcelos
Marta, o curso de treinadores nível 1 é para isso. Apenas para ensinar os iniciados, e mesmo assim devem ser acompanhados por treinadores mais experientes. É como acontece nas outras modalidades. Os treinadores têm níveis diferentes para ensinar diferentes níveis de golfe.
ResponderEliminarBoas,
ResponderEliminarMuito bla..bla..bla...
Podem informar como posso me inscrever no curso de treinador?
...já me esquecia:
ResponderEliminar- tenho hcp 32
- já fiz uma vez 46 pts
- tenho mais de 18 anos
Palmares: participação no BPI EXPRESSO
Comprimentos com swing
Teixa
ResponderEliminarNão tenho mt tempo para comentar.Mas,...mais de vinte anos de golf e,tendo passado por sócio de 6 clubes em dois continentes levam-me a dizer que tens toda, toda, a razão !!!
abraço
jose paulo
O mais grave neste assunto é que os primeiros a indignarem-se deveriam ser os profissionais de golfe portugueses. É uma auntentica VERGONHA o que se passa com essa classe que se deixou chegar ao ponto de não conseguir ter voz activa em nada do que se passa no golfe nacional, não tem um circuito de competição e acumulam na PGA de Portugal problemas de toda a ordem.
ResponderEliminarEstá na hora de todos eles tomarem coragem para enfrentar os problemas e fazerem alguma coisa pelo que é deles, fazerem-se respeitar e serem eles a ensinar o golfe, não só tecnicamente mas em tudo que envolve a práctica da modalidade.
Se assim fôr o espaço para curiosos ensinarem golfe, que a FPG erradamente está a criar, ficará mais curto ou desaparecerá seguramente.