Passando ao assunto do tema deste artigo, verifiquei que existem em Portugal 135 clubes e 76 campos. Ora, fazendo uma conta muito por alto, pois alguns campos não têm nenhum clube sediado, há sensivelmente 59 clubes sem campo. Hoje em dia há clubes de tudo e mais alguma coisa, inclusive, imagine-se, o Clube do SKIP. Sim, o detergente!

Fiz uma pesquisa muito pouco exaustiva, pois o site da FPG não permite muitas opções, e descobri clubes com 9 federados e com autoridade de handicap!!! Portanto, sabendo que já houve clubes proibidos de gerir handicaps e que há casos conhecidos de grupos de pessoas que formaram clubes para poderem gerir o seu handicap para as “provas sociais”, eu pergunto: será que há um controlo rigoroso destes clubes sem campo e com muito poucos federados?
Todas as pessoas conhecem o torneio Expresso BPI das empresas: imaginem o seguinte: eu reúno 7 amigos, constituímos um clube, fazemos uns torneios durante o 1º ano para aumentar o handicap (com umas descidas pelo meio para não ser escandaloso), inscrevemos duas equipas para o torneio e, como estamos com o handicap acima do nosso nível real de jogo, se tudo correr como o esperado vamos à Escócia em Novembro!
Não deveria existir na federação uma comissão exclusivamente dedicada aos clubes sem campo?? Há para o pitch-and-putt, há para o golfe feminino…
Outro problema é a etiqueta…ser sócio de um clube com campo proporciona que os sócios novos possam habituar-se às regras essenciais de etiqueta para se poder jogar golf através do convívio com os outros sócios, através das provas do clube orientadas para os handicaps mais altos, através de um teste teórico sobre como estar em campo (fundamental), através dos conselhos do profissional do clube, dos directores e dos amigos que já jogavam e que o introduziram no clube.
Há um vídeo indispensável para qualquer novo jogador de golf…o da etiqueta da R&A: http://www.youtube.com/watch?v=VPnJTgG0Mww.
Há claro a questão da quota anual que se tem de pagar para se ser sócio de um clube. Mas eu não estou certo que, para quem jogue + de 50 voltas por ano, seja mais barato ser sócio de um clube sem campo, tendo em conta os custos dos green-fees, das deslocações, etc. Já para não falar das regalias que advêm de ser sócio de um clube tanto em termos quantitativos, como em termos qualitativos.
O ano passado li um artigo no Jornal do Golfe do Salvador Costa Macedo, em que ele defendia as vantagens de ser sócio de um clube. Falava, entre outras, na comodidade das janelas horárias reservadas para sócios (em alguns casos, todo o dia!), na vantagem de se poder chegar ao clube sem ter partida combinada e “engatar” numa formação do tipo “falta um para a quadrada, não queres jogar connosco?”, poder jogar todas as provas do clube, e no convívio diário entre os sócios. São benefícios muitos significativos e muitas vezes inquantificáveis!
Mas os clubes sem campo não têm só desvantagens, pelo contrário. Aliás são uns dos responsáveis pelo aumento nos últimos anos (ainda que muito parco) do número de federados, apesar de estes serem maioritariamente jogadores na casa dos 35-50 anos e não jovens. Por outro lado, na minha opinião, muito mais importante que os clubes sem campo (que muitas vezes são meros grupos de amigos) são os driving ranges que proporcionam aulas a pessoas que queiram começar a jogar a preços normalmente reduzidos e com flexibilidade em termos de vestuário e horários pós laborais e pós escolares.
O que está aqui em causa é qual o modelo de desenvolvimento do Golf na dimensão dos clubes que queremos. Um modelo de contínuo facilitismo na criação de clubes sem campo com capacidade para organizar torneios e sem serem devidamente regulados (esperando que estes atraiam mais jogadores) ou um modelo mais orientado para os clubes com escola de jovens jogadores (independentemente de terem campo ou só um driving range) através de apoios financeiros, formação de pessoal e logísticos (e.g., transportes)?
Talvez esta última reflexão nos ajude a responder à pergunta do parágrafo anterior:
Num país em que se chora todos os dias para se construir um campo público (no Plano Nacional de Golfe estava previsto termos 22 em 2010!!!!), deixarmos um campo como o de Marvão a mato é um crime! Será que a Federação já fez tudo que estava ao seu alcance para não deixar cair o campo de Marvão?
Bon Blog, je crois que le grand numero de club "sem-campo" tiens surtout du fait que au Portugal, pour avoir un HDC il faut etre membre d´un club au contraire de la plupart des autres pays Europeen ou une simple inscription a la Federation suffit !. Etre membre d´un clube, coute cher et la democratisation du golf au Portugal invite les classes moyennes a jouer , pour eux les "joias" sont souvent hors de prix...
ResponderEliminarMarvao , mon cher club, ou j´ai été le premier pro (et le dernier) a un probleme typique des lenteurs judiciaire latines
Caro Miguel,
ResponderEliminarLouvo tambem a tua iniciativa deste blog e vou tentar participar sempre que puder.
Sou desde a primeira hora contrário aos clubes sem campo embora como sabemos essa designação é polémica pois como todos sabemos a maioria dos clubes não são donos de campos. Foi este o argumento de que se valeu a FPG para meter todos no mesmo saco e permitir a actual bandalheira em que estamos. Talvez a Federação julgasse que atribuindo poderes a todos por igual estivesse a contribuir para o aumento de jogadores de golfe, mas na verdade esse aumento não se verificou de forma significativa e os factos dizem que se assiste a uma promiscuidade no controle de handicaps por um lado e a uma pressão constante dos campos que não conseguem fidelizar sócios vivendo cada vez mais dificuldades.
Eu penso que toda a gente tem direito de se associar em clubes mas isso não quer dizer que possam ter direito a atribuir e gerir handicaps, isso tem que ser encarado de forma mais séria, tambem há que fomentar a convivência dos recem chegados á modalidade com os que cá andam há mais tempo para poderem entender procedimentos, valores e posturas que são fundamentais neste desporto. Ao fomentar a agregação de pessoas em clubes com campo estamos tambem a contribuir para que as familias possam aderir ao golfe, proporcionando ás esposas, filhos e netos condições para praticar a modalidade e garantir desse modo o aparecimento de jovens jogadores.
Sendo estes os factos e sendo diferentes daqueles que inicialmente a FPG previra, está na hora de esta tambem mudar de opinião, colocando ordem nisto,defender os campos que cada vez mais têm dificuldades em sobreviver e por consequência mudar o rumo do golfe em Portugal. Está mais que visto que este não é o caminho.
Bom dia,
ResponderEliminarSoube do clube do skip pelo excelente blog do
Teixeirinha.
Estou a penssar mudar de club.
Vou para o SKIP!
Oferencem uma embalagem de 20 kg de detergente
para novos sócios.
Esta modalidade suja muito a roupa e a vida esta cara.
Abraço