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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Boas Notícias para o Golf Nacional

Infelizmente, a cadência dos artigos continua muito aquém das minhas (e provavelmente das vossas) expectativas , mas não tendo tido o tempo necessário para dedicar a este blog. Vou tentar escrever dois ou três artigos nas próximas semanas, visto que não faltam temas!

Deixem-me partilhar convosco que tive muitos comentários positivos relativamente ao artigo sobre a AGNP, no entanto, essas pessoas ou não podem, ou não querem exprimir a sua opinião em público. Fiquei desiludido por o autor do comentário anónimo a esse artigo não se ter assumido, dado que fazia acusações graves e levantava questões pertinentes relativamente à gestão da AGNP e às relações com algumas empresas.

Entrando no tema do título, as últimas semanas trouxeram várias boas notícias para o Golf Português!

Começando no plano desportivo, os jogadores nacionais obtiveram excelentes resultados na Copa Andalucia! O destaque maior vai, obviamente, para o Manuel A. Violas que ganhou a competição, mas não nos podemos esquecer dos outros jogadores que também se classificaram em excelentes posições (tivemos 5 jogadores no TOP 10)!!

O grande esforço investido nas selecções nacionais nos últimos anos tem com certeza sido recompensado pelos resultados alcançados!

Na semana passada, estive em Tróia a jogar o Nacional Absoluto e pude ver um final fantástico de prova com o Tomás Silva a igualar o birdie do Miguel Gaspar no último buraco para vencer o Campeonato por apenas uma pancada! Num campo considerado por muitos o mais díficil do País registaram-se excelentes resultados. Pena que o campo (para mim com um layout fenomenal) não estivesse nas melhores condições e que isto seja recorrente em vários torneios da FPG ao longo do ano…este será certamente um tema a que irei voltar!

Referência também para a prova feminina que só também só ficou decidida nos últimos dois buracos. Parabéns ao Tomás Silva e à Joana Silva Pinto pelas conquistas!!

Ora, nestes torneios ficou patente a maturidade evidenciada pelos jogadores nacionais em situações de alta pressão, a qualidade técnica do seu jogo e, last but not least, a capacidade física existente para resistir a duas semanas seguidas muito intensivas!

Por conseguinte, no rescaldo do Open da Madeira e na antecâmara do Open de Portugal, é urgente repensar os critérios de atribuição de wild cards para estes torneios. Essencialmente no Open da Madeira tem-se verificado a atribuição de convites a profissionais de ensino sem qualquer espécie de treino e de experiência em torneios de alta competição. Não incluindo nesta reflexão os profissionais portugueses que já jogam em Tours secundários a nível europeu, porque não atribuir esses lugares aos amadores de topo nacionais (com critérios bem definidos), para potenciar o seu crescimento como golfistas e, quem sabe, servir de plataforma para mais altos voos? Li um artigo bastante interessante do Joel Neto sobre este tema na altura do Open da Madeira…

Em segundo lugar, não posso deixar de manifestar a minha alegria por sermos candidatos à organização da Ryder Cup 2018!! Mas, sobre este assunto há também muito a questionar. Vou esperar pela apresentação oficial da candidatura (penso que é amanhã) para depois escrever sobre isso.

Finalmente, queria desejar boa sorte ao Secretário Geral da FPG que é candidato a Director Executivo da IGF. Ter um português num lugar de tanta responsabilidade só poderia trazer benefícios para o Golf Nacional!

Beijos, abraços e bom Golf que está aí a Primavera!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Golf Feminino

Passa já mais de um mês desde o meu último artigo, mas não tem sido possível dedicar o tempo necessário ao blog.

Relativamente ao meu último artigo tenho a acrescentar dois pontos:

1)Reconheço que o estilo possa ser considerado um pouco brusco, mas não é minha intenção ser agressivo nem insultuoso para ninguém. Vou tentar melhorar nesta parte sem, no entanto, deixar de chamar a atenção para os pontos fulcrais nos diversos temas abordados neste blog;

2)Vi-me obrigado a eliminar um comentário deixado por um anónimo. Este comentário fazia acusações muito graves em termos das relações entre os responsáveis da AGNP e algumas empresas patrocinadoras da Associação. Se o comentário tivesse sido assinado, eu teria publicado, portanto se a pessoa que o fez quiser assumir faça favor!

O Golf Feminino tem sido um tema na moda nos últimos tempos, desde a criação de uma comissão na FPG exclusivamente direccionada para as Senhoras.

Eu não entendo a radicalização que se tem feito à volta deste tema. Para quem está de fora do mundo golfístico, parece que as Senhoras até agora não podiam jogar torneios. Ora, isto acontecia, mas em épocas muito longínquas!! Hoje em dia todos os clubes estão abertos a Senhoras e elas podem participar nos respectivos torneios, salvo algumas excepções (sabendo também que existem torneios em exclusivo para Senhoras).

Desde 2003 (salvo erro) todas as provas oficiais da FPG têm classificações separadas para Senhoras e Homens. A taxa de ocupação das vagas existentes nestes torneios para as Senhoras foi até este ano de 60%!!!!

Perante estes dados, podemos seguramente afirmar que não há mais Senhoras a jogar em Portugal simplesmente porque não querem! Não por não haver torneios em que elas possam entrar, nem restrições ao nível da entrada para sócia de algum club, nem qualquer restrição a nível de aceitação das Senhoras no Golf por parte dos Homens!

Abordando o trabalho efectuado até hoje por esta nova comissão, é minha opinião que o seu “core-business” está mal definido. A comissão tem apostado essencialmente na promoção de torneios sociais. Ora, não se pode promover o Golf Feminino sem apostar nas provas de alta competição e sem apostar na selecção feminina nacional.

Actualmente, as jogadoras portuguesas abandonam a alta competição sensivelmente quando entram para a Faculdade muito por culpa da Federação.

Tem sido prática corrente nos últimos anos não apostar na selecção feminina simplesmente porque as jogadoras capazes de fazer bons resultados lá fora terem entrado para a faculdade e assumido que não querem fazer do Golf a sua vida.

Eu acho que este princípio está errado. A selecção nacional devia ser uma equipa das melhoras jogadoras nacionais independentemente de terem 16, 20 ou 40 anos e de querem ser ou não Jogadoras Profissionais de Golf (este princípio devia-se também aplicar aos Homens).

Se a selecção não existir, as jovens nacionais deixam de ter o sonho, a ambição, a motivação de representar o país internacionalmente. São estes motivos que fazem muitos raparigas e rapazes com 12-17 anos passar a dedicar mais tempo à modalidade.

Ora, este é um tema sobre o qual se devia debruçar esta comissão a fim de avaliar a necessidade ou não de se reformular o modelo técnico da FPG relativamente às Senhoras, nomeadamente as vantagens e desvantagens de se regressar ao modelo da uma seleccionadora exclusiva para as Senhoras. Claro que estou a partir do princípio que as pessoas que constituem esta comissão têm as competências necessárias para poderem sugerir alterações a este nível. Mas se estão lá por algum motivo há-de ser…

O grande projecto apresentado até hoje por esta comissão é o Circuito Golfe Feminino. Este circuito suscita-me muitas dúvidas:

1)Como é que uma comissão da FPG não consegue criar um circuito a nível nacional, tendo só torneios no Norte de Portugal (o 1º teve 8 jogadoras…)?

2)Porque é que a página deste circuito aparece publicitada no site da AGNP e não do FPG?

3)Porque é que o circuito tem a sua informação alojada no site da AGNP (http://www.agnp.pt/docs/CIRCUITO%20DE%20GOLFE%20FEMININO%202010_Regulamento%20Circuito.pdf) e não no da FPG ou mesmo num site próprio? Afinal é organizado por quem? Pela comissão pertencente à FPG ou pela AGNP?

4)Este última dúvida leva-me à maior dúvida de todas: será que esta comissão tem o apoio de todos os membros da direcção da Federação e de própria Federação como instituição??

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A contínua degradação da AGNP

Este artigo vai incidir sobre uma instituição que me diz muito em termos de Golf: a Associação de Golfe do Norte de Portugal.

Nunca me vou esquecer que o primeiro torneio que ganhei foi o Campeonato do Norte de Juvenis em 2001. Nessa altura todos os bons jogadores gostavam de jogar os torneios da Associação, que era uma instituição bem vista pelos clubes, profissionais e todos os jogadores. Actualmente está completamente desacreditada e é constantemente posta de parte pelos melhores jogadores. Infelizmente, no ano passado já nem sequer se conseguiu ter jogadores para fazer o Campeonato do Norte de 1as Categorias!!

O principal problema está na concepção da associação...a AGNP é, actualmente, uma associação usada para organizar torneios sociais e não para a promoção do Golf!!

Nunca nos podemos esquecer que ela existe para servir os clubes (que são quem a sustenta) e não para ser servida pelos clubes. Ou seja, a direcção da AGNP deve trabalhar em constante comunicação com os clubes.

Isto não sucede porque os seus responsáveis têm opiniões completamente desligadas da realidade, senão vejamos:

Ainda há pouco tempo, no jantar anual da AGNP, consegui ouvir a Presidente da Comissão Executiva a dizer: “A AGNP é neste momento, uma Instituição competente e credível que foca os interesses na divulgação da modalidade agindo sempre de acordo e em sintonia com a Federação Portuguesa de Golfe.”, e mais: “Conseguimos reunir uma equipa técnica exemplar que se desdobra na exigência e rigor das provas realizadas querendo-se aproximar cada vez mais ao nível das provas da FPG e que insiste no ensino de regras promovendo acções de esclarecimento”!!! Eu, conseguindo (a muito custo) aguentar as gargalhadas que estas frases me provocam, fiquei a pensar se a Presidente estaria a falar da mesma AGNP que eu conheço…é que não podia estar de certeza! Que maior prova de falta de credibilidade e de sintonia com a FPG e de falta de rigor na organização de torneios poderia haver que a retirada, por parte da FPG, à AGNP da organização dos torneios do Projecto Drive??!!

E depois ouvi ainda mais uma frase fenomenal: “Apresenta-se ainda como elemento de união entre a Federação e todos os clubes e campos de golfe do Norte do país.”! Será que estamos como o Primeiro-Ministro quando fala num País que não existe e lhe chama Portugal??

Consequentemente, e sem abordar as competências dos seus responsáveis, é minha opinião que é urgente repensar o modelo organizativo da AGNP e, aqui sim, podemos olhar para outras modalidades para reformularmos este modelo.

Assim sendo, penso que a AGNP deveria ter a seguinte organização:
1)Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Direcção;

2)A Direcção:

a.Seria composta por um máximo de 5 membros com reconhecida cultura de Golf;

b.Seria responsável pela representação institucional da AGNP, pelos contactos com os clubes, com a FPG e pela angariação de patrocínios;

c.Seria também responsável pela designação de uma Comissão Técnica;

d.Teria sobre sua dependência directa um Director Técnico;

3)O Director Técnico seria responsável por toda a parte operacional da Associação:

a.Teria de ser uma pessoa licenciada, jovem, a trabalhar a tempo inteiro, com disponibilidade para trabalhar ao fim-de-semana, com cultura de Golf e que saiba o que é jogar Golf a um nível elevado;

b.Teria de trabalhar em constante articulação com a Comissão Técnica, na qual teria assento;

c.Seria responsável por elaborar do calendário de provas, que seria definido de acordo com o dos clubes a fim de evitar conflitos de datas;

d.Seria responsável pela organização dos torneios da Associação (inscrições, draws, classificações, etc.);

e.Seria ainda responsável pela definição de critérios claros e objectivos que permitiriam seleccionar os jogadores para jogar matches em representação da Associação (evitava-se a balbúrdia que é hoje em dia e provavelmente as constantes humilhações que a Galiza nos impõe!);

f.Teria sobre sua dependência directa 1 ou 2 Monitores(possuidores do curso de treinador de nível I, mas com muito boas noções da modalidade e com capacidade para ensinar), que seriam responsáveis por divulgar o Golf junto das escolas a fim de persuadir os mais jovens a iniciarem-se e auxiliariam o Director Técnico na organização de torneios.

Em suma, este seria o modelo que, do meu ponto de vista, melhor poderia servir o Golf no Norte do País e assim relançar a AGNP para voltar a ser a Associação que agregava todos os clubes e não apenas alguns como acontece actualmente.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ainda os cursos de "profissionais"

Após ler os comentários ao post anterior vejo-me na obrigação de escrever novamente sobre este tema.

Joana (acho que Osório, mas se pusesse o segundo nome não ficava mal e evitava eventuais confusões), não se pode comparar modalidades colectivas com individuais. Quem perceber minimamente de futebol, sabe que, essencialmente, os treinadores ensinam os jogadores a se posicionar e movimentar em campo e não como marcar um golo de calcanhar ou fazer um cruzamento de letra! O Golf é das modalidades mais tecnicistas que existem no desporto, por conseguinte precisa de ser ensinada por alguém com conhecimentos profundos. Compará-las seria idêntico a comparar Terra com Marte, que a única coisa que têm em comum é pertencerem ao mesmo sistema solar!!

Continuando na análise dos seus comentários, defender que pessoas com hnd 18.0 podem ensinar iniciados, mesmo com um treinador experiente ao lado, é absolutamente utópico! Nenhuma pessoa merece ser ensinado por uma pessoa que nem sequer sabe as partes do swing. É evidente que lá por se ter hnd baixo não quer dizer que se possa ser bom treinador. Eu, por exmplo, tenho hnd 3 e acho que não sei o suficiente ao nível da análise do swing para ser professor de Golf. Mas que ajuda, ajuda e não é pouco!

Fui ver o link que pôs no primeiro comentário e diz lá que para entrar no curso de nível I tem de se demonstrar “playing ability”, portanto é muito vago e não serve de ajuda para discutirmos este assunto.

Marta, gostei do que escreveste e acho que complementa muito bem o meu primeiro artigo. A tua ideia de formar monitores pode ser bastante interessante para promover o Golf junto das escolas.

Em relação aos restantes (tanto no blog como no Facebook), resta-me agradecer os elogios e a participação! Espero que continuem a comentar, pois o objectivo principal deste blog é contribuir para a discussão em torno deste desporto que nos diz muito!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cursos de “profissionais”

Infelizmente, só hoje tive tempo para escrever um artigo! Primeiro, tenho de agradecer as várias mensagens de parabéns que já recebi sobre o blog vindas de todo o país. É um sinal que este blog está a começar a cumprir o principio para o qual foi criado: fomentar a discussão sobre a modalidade e tentar encontrar novos caminhos para aumentarmos não só o número de praticantes, mas também a qualidade dos mesmos! Adiram ao grupo “O meu Golf” no Facebook e comentem à vontade tanto lá como aqui!

Passando ao tema deste artigo, há pouco tempo disseram-me que para se tirar um curso de profissional de Golf em Portugal o handicap máximo admissível era 18.0! Eu não acreditei, mas fui ver o regulamento e é verdade!!! Como é que isto pode ser possível?? Uma pessoa com handicap 18 pode alguma vez ter noções suficientes par poder dar aulas de Golf? A resposta é evidente: NÃO!

Mas vamos olhar para os outros requisitos de entrada no curso de nível I:

a)Possuir licença desportiva da Federação Portuguesa de Golfe;

Há quanto tempo? Não interessa? Se uma pessoa tiver hnd 18 e um ano de golf já pode ser profissional!

b)Ter o máximo de 18,0 de Handicap – EGA;

Este é para rir, senão tinha que chorar…

c)Ter pelo menos a escolaridade obrigatória e a idade mínima de 18 anos;

Este é pacífico e sensato.

d)Ficar qualificado na Prova de Jogo de acordo com o regulamento específico da respectiva competição, nunca inferior a duas voltas de 18 buracos, a definir anualmente em função do número de candidatos inscritos, tendo de obter no conjunto de duas voltas um mínimo de 32 pontos Stableford Gross;

Este também é inacreditável: 32 pts gross em duas voltas, portanto 40 acima do par (sem contar com triplos e quádruplos bogeys).

e)Aprovação em prova escrita de português (1 folha A4, cerca de 200 palavras) sobre tema a definir. Esta prova é considerada eliminatória, ficando dela isentos os candidatos com habilitações iguais ou superiores ao 12º Ano de escolaridade.

Também pacífico.

Com estas regras, não é de admirar situações como estas três que me contaram: numa das aulas do curso, um aluno não sabia o que era St. Andrews; noutra aula, outro aluno não sabia o que era o “take-away” no swing (talvez estivesse a pensar na Pizza Hut); noutra aula, esta prática, cada vez que uma pessoa dava um “top” a explicação dos futuros professores era aquela que ouvimos sempre: “tiraste os olhos da bola”!.

Ora, num país onde o primeiro-ministro tirou o curso ao domingo, onde há administradores de empresas públicas com habilitações suficientes apenas para um lugar de secretariado, vamos começar a ter professores de Golf sem as mínimas noções da modalidade. O que é que estes professores vão ensinar aos alunos? Como é que os alunos o respeitarão se o professor não é capaz de dar um “draw” ou um “fade” para exemplificar, se não sabe dar um shot do bunker, se não sabe explicar todas as modalidade (stableford, strokeplay, match-play, etc.) para não entrarmos no plano da etiqueta…da forma de estar no campo, na forma de cuidar do campo, na relação com os outros jogadores, enfim podíamos estar aqui todo o dia a enunciar conceitos atrás de conceitos.

É este o modelo de desenvolvimento desejado pela Federação? Pôr pessoas que não percebem nada da modalidade a ensiná-la? Ou é apenas mais uma forma de tentar aumentar desesperadamente o número de praticantes de Golf em Portugal? Eu gostava que algum dia alguém me conseguisse dar uma resposta a estas perguntas...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O BOOM dos clubes sem campo

Antes de mais, tenho de agradecer os comentários publicados e os muitos que recebi em privado. Infelizmente, ainda há muita gente que não quer afirmar a sua opinião publicamente com receio das consequências que daí podem advir. Mas isto também não é de admirar, visto que já chegámos ao ponto de se proibirem jornalistas de fazerem entrevistas a determinadas pessoas…

Passando ao assunto do tema deste artigo, verifiquei que existem em Portugal 135 clubes e 76 campos. Ora, fazendo uma conta muito por alto, pois alguns campos não têm nenhum clube sediado, há sensivelmente 59 clubes sem campo. Hoje em dia há clubes de tudo e mais alguma coisa, inclusive, imagine-se, o Clube do SKIP. Sim, o detergente!


Fiz uma pesquisa muito pouco exaustiva, pois o site da FPG não permite muitas opções, e descobri clubes com 9 federados e com autoridade de handicap!!! Portanto, sabendo que já houve clubes proibidos de gerir handicaps e que há casos conhecidos de grupos de pessoas que formaram clubes para poderem gerir o seu handicap para as “provas sociais”, eu pergunto: será que há um controlo rigoroso destes clubes sem campo e com muito poucos federados?

Todas as pessoas conhecem o torneio Expresso BPI das empresas: imaginem o seguinte: eu reúno 7 amigos, constituímos um clube, fazemos uns torneios durante o 1º ano para aumentar o handicap (com umas descidas pelo meio para não ser escandaloso), inscrevemos duas equipas para o torneio e, como estamos com o handicap acima do nosso nível real de jogo, se tudo correr como o esperado vamos à Escócia em Novembro!

Não deveria existir na federação uma comissão exclusivamente dedicada aos clubes sem campo?? Há para o pitch-and-putt, há para o golfe feminino…

Outro problema é a etiqueta…ser sócio de um clube com campo proporciona que os sócios novos possam habituar-se às regras essenciais de etiqueta para se poder jogar golf através do convívio com os outros sócios, através das provas do clube orientadas para os handicaps mais altos, através de um teste teórico sobre como estar em campo (fundamental), através dos conselhos do profissional do clube, dos directores e dos amigos que já jogavam e que o introduziram no clube.

Há um vídeo indispensável para qualquer novo jogador de golf…o da etiqueta da R&A: http://www.youtube.com/watch?v=VPnJTgG0Mww.

Há claro a questão da quota anual que se tem de pagar para se ser sócio de um clube. Mas eu não estou certo que, para quem jogue + de 50 voltas por ano, seja mais barato ser sócio de um clube sem campo, tendo em conta os custos dos green-fees, das deslocações, etc. Já para não falar das regalias que advêm de ser sócio de um clube tanto em termos quantitativos, como em termos qualitativos.

O ano passado li um artigo no Jornal do Golfe do Salvador Costa Macedo, em que ele defendia as vantagens de ser sócio de um clube. Falava, entre outras, na comodidade das janelas horárias reservadas para sócios (em alguns casos, todo o dia!), na vantagem de se poder chegar ao clube sem ter partida combinada e “engatar” numa formação do tipo “falta um para a quadrada, não queres jogar connosco?”, poder jogar todas as provas do clube, e no convívio diário entre os sócios. São benefícios muitos significativos e muitas vezes inquantificáveis!

Mas os clubes sem campo não têm só desvantagens, pelo contrário. Aliás são uns dos responsáveis pelo aumento nos últimos anos (ainda que muito parco) do número de federados, apesar de estes serem maioritariamente jogadores na casa dos 35-50 anos e não jovens. Por outro lado, na minha opinião, muito mais importante que os clubes sem campo (que muitas vezes são meros grupos de amigos) são os driving ranges que proporcionam aulas a pessoas que queiram começar a jogar a preços normalmente reduzidos e com flexibilidade em termos de vestuário e horários pós laborais e pós escolares.

O que está aqui em causa é qual o modelo de desenvolvimento do Golf na dimensão dos clubes que queremos. Um modelo de contínuo facilitismo na criação de clubes sem campo com capacidade para organizar torneios e sem serem devidamente regulados (esperando que estes atraiam mais jogadores) ou um modelo mais orientado para os clubes com escola de jovens jogadores (independentemente de terem campo ou só um driving range) através de apoios financeiros, formação de pessoal e logísticos (e.g., transportes)?

Talvez esta última reflexão nos ajude a responder à pergunta do parágrafo anterior:

Num país em que se chora todos os dias para se construir um campo público (no Plano Nacional de Golfe estava previsto termos 22 em 2010!!!!), deixarmos um campo como o de Marvão a mato é um crime! Será que a Federação já fez tudo que estava ao seu alcance para não deixar cair o campo de Marvão?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Prémios 2009 FPG

No passado mês de Dezembro teve lugar o jantar anual da Federação Portuguesa de Golf em que foram distribuídos os prémios dos torneios mais importantes de 2009 e os prémios ditos especiais, ou seja, aqueles que (supostamente) premeiam as pessoas ou instituições que mais se distinguiram durante o ano.

Destes, há os decididos pela Comissão de Campeonatos e Alta Competição (Jogador Amador do Ano e Jogador Jovem do ano) e os decididos pela direcção da FPG (clube do ano, treinador do ano, etc.). É sobre os últimos que vou escrever hoje, pois foram os que me chocaram mais.

Não está aqui em causa quem os recebeu (Estela Golfe Clube e a sua Treinadora), mas sim os critérios em que se fundamentou a sua atribuição. Até hoje me pergunto quais poderão ter sido esses critérios, e se de facto eles existiram!

Durante o meu curso sempre me ensinaram a fazer um gráfico quando quisesse corroborar os meus argumentos. Ora, como se pode ver no gráfico abaixo, as diferenças quer em número de prémios, quer em número de jogadores premiados são esmagadoras!! Isto para não falar no número de jogadores cedidos à selecção nacional tanto pelo Oporto como por Vilamoura.


Apesar de toda a indignação que isto me provoca, no que temos de pensar são as consequências que a má atribuição destes prémios acarreta.

Há pessoas que dedicam, com sacrifício, muito da sua vida pessoal e profissional ao Golf a tentar ajudar o crescimento da modalidade e outras que fazem do ensino da modalidade a sua profissão. Qual será a motivação dessas pessoas para continuar com o mesmo empenho, se chegam ao final do ano e não vêem reconhecido o seu trabalho pela única instância capaz de o fazer a nível nacional?

Aqui não estamos a falar de golos anulados, ou de pénaltis mal assinalados, estamos a falar de prémios que deveriam ser atribuídos com base em critérios claros e conhecidos publicamente.

Finalmente, pode também haver consequências ao nível dos próprios jogadores, pois no fundo são eles os principais responsáveis pelos torneios ganhos. A confiança no seu trabalho e nas suas capacidades pode ser seriamente abalada, principalmente quando estamos a falar de jovens a dar os primeiros passos no Golf.

Comentem à vontade, mas fiquem desde já avisados que não vou tolerar insultos e más-criações! Beijos, abraços e Bom jogo!