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domingo, 19 de junho de 2011

A importância dos Clubes no panorama Golfístico em Portugal

Eu, escrevendo ou falando sobre Golf, não me posso nunca dissociar de ser membro da Direcção da Associação de Golf do Norte de Portugal (AGNP). Na AGNP temos a árdua tarefa de representar os interesses de todos os nossos Associados, sejam eles Clubes com campo ou Clubes sem campo.

Neste sentido, não podia deixar passar o que tem sido um ataque constante aos Clubes com campo em Portugal nas últimas semanas, principalmente através do Facebook. Já li de tudo: praticam preços de green-fees bastante elevados, são muito restritos, são elitistas, etc., etc.

No entanto, as pessoas esquecem-se do papel fundamental que desempenham estes Clubes no Golf Nacional. É nesses clubes que se pode verdadeiramente apreender o conceito de “jogar Golf”, pois não consiste apenas em pegar num taco grande e tentar bater numa bola pequenina. “Jogar Golf” é um conceito muito mais rico e abrangente.

A Etiqueta (parte do livro de Regras) é a mais importante caracterísitca de um jogador de Golf. Ninguém, mas mesmo ninguém, pode ser bom jogador se não tiver boa Etiqueta, isto é, se não for capaz de saber estar dentro e fora do campo de Golf.

Porque se for mal-educado, se não cumprir as regras, se for desonesto, se não souber aceitar as derrotas da mesma maneira que as vitórias, se não cuidar do campo, se não der passagem ao grupo de trás quando está desposicionado, etc., tanto faz que bata bem ou mal na bola. Nunca saberá “jogar Golf”.

E esta forma de estar só pode ser completamente adquirida com a vivência com pessoas capazes de a transmitir e ensinar.

Outra vertente muito importante é a formação de jogadores. Os jovens podem aprender os primeiros passos em Clubes sem campo, mas para crescerem como jogadores, e pessoas, e poderem compreender o que significa “jogar Golf” precisam da tal vivência referida no parágrafo anterior. Precisam da companhia e camaradagem dos colegas de equipa, precisam dos ensinamentos dos sócios mais antigos e precisam da cultura de um nível de exigência alto em termos de respeitar o Golf e os seus praticantes.

E aqui deixem-me abrir um parênteses para pedir a quem ache que o Oporto vai “buscar” jogadores a outros clubes para apresentar um único caso em que isso tenha sucedido. Todos os jogadores que recentemente se mudaram para o Oporto fizeram-no de livre e própria vontade e porque acharam que teriam melhores condições e ambiente para jogar e crescer como jogadores. Quem disser ou insinuar o contrário está a mentir e a criar rumores falsos.

O Golf é um jogo fantátisco, capaz de incutir nos mais jovens valores da maior importância para o futuro, depositando no próprio jogador a responsabilidade de respeitar as regras e ser honesto quanto à sua performance.

Por isto tudo (e muito mais havia a dizer), não deixemos que ataquem esta nossa modalidade com apelos descabidos a manisfestações ou boicotes tipo CGTP ou com ataques despropositados e gratuitos.

Já é difícil conseguirmos aumentar o número de praticantes, mas se continuarmos neste clima de agressão contínua pode tornar-se totalmente impossível.

Há espaço para todos no Golf, seja em Clubes com campo, seja em Clubes sem campo. E todos os clubes, desde que funcionem de acordo com as Regras, são importantes, cada um no seu lugar, cada um com o seu contributo.