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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O estado do Golf em Portugal

O Golf nacional tem vivido tempos de muita turbulência. Ora se vê uma notícia boa, ora se vê uma má.

A opinião generalizada dos não praticantes é que o Golf é um desporto de velhos, para velhos, jogado por pessoas ricas e sem espaço para outros extractos sociais. Ora, esta ideia não podia estar mais errada!

Pôr os seus filhos a jogar Golf hoje em dia é bastante acessível. Quem não acreditar, basta informar-se juntos de dois ou três clubes e tira a média. O Golf é um desporto bastante útil para os jovens, na medida em que os pode ajudar a adquirir grandes qualidades tais como: camaradagem, respeito pelos outros, disciplina, concentração, etc.

É verdade que o Golf já foi em tempos um desporto de elite, mas é actualmente acessível a todos os extractos da sociedade e a todas as idades. No entanto, em Portugal não se tem verificado o crescimento em número de praticantes que existe noutros países da Europa continental. Aliás, o número tem baixado!

Importa, pois, perceber quais as formas de potenciar um crescimento sustentado do número de federados.

Na minha opinião, a existência de campos municipais é um factor crucial para o desenvolvimento da modalidade. Actualmente, temos apenas um campo municipal: o de Cantanhede. Este campo, apesar de ser de pitch & putt, proporciona aos habitantes da região um primeiro contacto com a modalidade e, segundo consegui apurar, tem tido bastante afluência.

Este campo contribui também para desmistificar a ideia que referi no segundo parágrafo. Esta ideia gera muitos anticorpos em determinados sectores da nossa sociedade. As pessoas que divulgam esta ideia fazem-no normalmente sem nenhum fundamento, pois são totalmente desconhecedoras da modalidade.

Outra forma de potenciar o crescimento do Golf é a criação de Escolas Municipais em parceria com os clubes locais. Um exemplo perfeito é o da escola de Vila Nova de Gaia que consiste numa parceria entre o Clube de Golf da Quinta do Fojo e a Câmara Municipal. Estas escolas permitem, aos municípios que não têm meios para construir um campo de Golf, dar a conhecer a modalidade aos seus alunos com custos muito reduzidos para estes.

Por outro lado, um factor que contribui para a ideia referida no ínicio é a pouca divulgação dos resultados alcançados pelos jogadores nacionais. Ainda há uma semana Portugal alcançou a sua melhor classificação de sempre no Campeonato do Mundo por equipas e nem uma notícia apareceu nos telejornais.

Neste capítulo, eu já referi que acho que a FPG não faz tudo o que está ao seu alcance para divulgar os resultados alcançados, assim como os torneios realizados no nosso País. Como se pode aceitar que o Portugal Masters não tenha sido objecto de reportagens dos três principais canais? O Turismo de Portugal desembolsa 3M€ para este torneio e nem a RTP faz uma reportagem?!

Por outro lado, tem de se enaltecer o papel da SPORTTV na divulgação da modalidade através da criação de um canal exclusivamente dedicado ao Golf. Ainda tem pouca informação sobre o Golf Nacional, mas quero acreditar que irá ter mais no futuro.

A candidatura à organização da Ryder Cup 2018 pode ser o grande trampolim de que precisamos. Faça todos os votos para que tenhamos sucesso! Já vi umas notícias que referiam a possibilidade de poderem ser já anunciados os locais quer para 2018, quer para 2022 dado a qualidade de todas as candidaturas que estão em cima da mesa. Se não ganharmos em 2018, espero que possamos receber o 3º maior evento desportivo Mundial em 2022!!

Esta candidatura está a entrar na recta final (e decisiva), por isso deixo aqui a sugestão à FPG que faça a maior promoção possível e que use para isso todos os praticantes da modalidade.

A última vertente que quero abordar é a Associação de Golf do Norte de Portugal (AGNP). A AGNP foi criada com o objectivo de divulgar e fomentar a prática da modalidade. Infelizmente, não tem conseguido nos últimos anos nenhum desses objectivos.

Pondo de parte os problemas administrativos que agora enfrenta por motivos de saúde do seu Presidente e também do seu Secretário Geral, não podemos ignorar que é uma instituição que simplesmente não funciona. Seja por quezílias internas, seja por falta de saúde financeira, por falta de disponibilidade dos membros dos orgãos sociais e/ou por falta de apoio dos clubes (esta ordem de factores é aleatória), a AGNP está totalmente descredibilizada e não há pessoas conhecedoras da modalidade que tenham vontade de lhe tomar as rédeas.

Por conseguinte, defendo que a AGNP deve ser integrada na Federação pois só assim pode ter uma gestão profissional e capaz de usar todo o seu potencial na promoção da modalidade. O modelo da sua gestão seria o mesmo de actualmente, salvo que o seu Secretário Geral passaria a ser funcionário da Federação e não da Associação (seguindo o exemplo de outtras modalidades).

É sabido que a AGNP não tem meios financeiros suficientes para sustentar um Secretário Geral com as qualificações necessárias a tempo inteiro. E é também do senso comum que sem um funcionário com estas características não tem condições para existir.

Esta integração poderia também levar à criação de outras associações noutras regiões do País que poderiam desenvolver um papel importante, visto que estão mais próximas das populações locais.

Em suma, há ainda muito a fazer pelo Golf Nacional. Beijos, abraços e bom golf, porque não se esqueçam que “o Golf é um desporto de Inverno”!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Expresso BPI – Campeonato Nacional de Empresas

Joguei na semana passada as meias-finais do Expresso BPI na Estela. É um torneio excelentemente organizado e muito atractivo de se jogar.

Já é a quarta vez que jogo este torneio e nunca conseguimos passar das meias-finais. É o sentimento generalizado na nossa equipa que é muito difícil passar. Só com condições atmosféricas adversas, podemos ter alguma hipótese, dado a pontuação fora do normal que alguns pares conseguem com condições benéficas (sem vento ou chuva).

Ainda nestas meias-finais houve um par que conseguiu fazer a surreal soma de 50 pontos. Sim, CINQUENTA PONTOS! Jogavam com handicap 12 e fizeram 2 abaixo gross! Ora, sabendo que foram “controlados” durante o jogo (ou seja, não fizeram batota), é impossível alguém afirmar que têm o handicap devidamente aferido.

O que este torneio vem pôr a nú é a falta de controlo dos handicaps em Portugal. Já referi noutro artigo que deixar inúmeros clubes sem campo fazer atribuição de handicaps sem controlo pode levar a situações deste género. Há muitos jogadores que gerem o seu handicap durante o ano para poderem chegar a estas provas e ganhar viagens!

A Federação deveria permitir o acesso a todos os registos de handicaps dos seus federados (alguns clubes já permitem, o Oporto é um deles). Há várias maneiras de gerir handicaps. Por exemplo: se se estiver a jogar bem, fazer muitas pancadas nos últimos buracos de algumas provas para não se descer; criar torneios (que nem são jogados) com meia dúzia de jogadores em que todos jogam acima do seu handicap; não inserir bons resultados obtidos fora do seu home club; etc.

Só assim seria possível tirar todas as dúvidas sobre os handicaps de todos os jogadores nacionais.

Em relação ao Expresso BPI, é minha opinião que teria muito a ganhar se alterasse a modalidade de jogo para Greensomes (duas saídas, escolhe-se a melhor e joga-se pancadas alternadas) pois é uma forma de jogar muito mais justa que o Texas Scramble.

O Texas Scramble permite situações muito injustas, como por exemplo poder colocar a bola no meio da areia ou dos chorões depois do parceiro ter jogado do lie inical. É como se estivesse a jogar do fairway!

Só mudando a modalidade se pode evitar resultados inimagináveis como os registados nas várias eliminatórias e trazer mais credibilidade ao Campeonato Nacional de Empresas para, por conseguinte, defender o verdadeiro valor do Golf: o respeito pelo jogo e pelos adversários.