Este ano comemoram-se os 120 anos do Oporto Golf Club e, consequentemente, do Golf Nacional. É com grande orgulho que sou sócio do OGC e que vou ter a oportunidade de estar presente na comemoração deste aniversário.
Para mim, o Oporto encarna os verdadeiros valores desta modalidade: história, respeito e companheirismo. Tradicionalmente, o Golf é considerado um desporto de Gentlemans. Os jogadores são responsáveis por cumprir e fazer cumprir as regras da modalidade.
O princípio básico das regras é a justiça: “Play the ball as it lies, play the course as you find it, and if you cannot do either, do what is fair.” Esta deveria ser a primeira frase ensinada aos jovens que se iniciam no Golf, juntamente com os princípios da etiqueta presentes também no livro de regras. A etiqueta inclui princípios como o do tratamento do campo (repor divots, alisar bunkers, etc) e como o respeito pelos “fellow-competitors” (p.e. jogo lento, manifestações de insatisfação desadequadas). Que outro desporto conhecemos que tenha uma secção no livro de regras dedicada a estes princípios?
Ora, tendo sempre em mente estes princípios, a comemoração desta efeméride deveria constituir o ponto de partida para se analisar o estado do Golf Nacional. Por que razão não se tem conseguido aumentar o número de jogadores nos últimos anos?
Podem ser apontadas duas grandes razões: a falta de campos públicos para a prática de modalidade a preços reduzidos e a falta de um jogador de nível mundial capaz de atrair a atenção dos media nacionais.
Começando pelos campos públicos, é incompreensível que ainda não se tenha conseguido construir o campo do Jamor. Louvando o trabalho da FPG na procura deste objectivo, não se entende como há atrasos sucessivos com qualquer governo (seja PS ou PSD). Há também agora o problema das providencias cautelares impostas pelos ambientalistas, mas esse é um problema da justiça e sobre o qual não tenho dados para me pronunciar.
Se houvesse um bocadinho mais de empenho por parte dos governos e das autarquias, já se tinham criado outros campos noutros concelhos (como o de Cantanhede) que permitissem o desenvolvimento da modalidade. Porque será que o Golf é sempre preterido em relação ao Ténis ou até ao Rugby??
Passando à segunda razão que indiquei, é minha opinião que já muito se faz hoje em dia para poder ter um grande jogador mundial. A grande esperança é o Pedro Figueiredo que já alcançou resultados extraordinários e é um rapaz com muita cabeça e que sabe o quer na vida. Espero que lhe corra tudo bem e que daqui a 4 ou 5 anos o vejamos a jogar o circuito Europeu. Mas há mais jovens amadores que podem dar o salto, assim como os profissionais que passaram agora à segunda fase da escola de qualificação. O Tiago Cruz já esteve muito perto uma vez de conseguir o cartão do European Tour e provou que somos capazes de lá chegar.
O aparecimento da SPORTTVGOLFE é uma grande notícia para a modalidade, mas sem contar com isso e com os programas de 10 min na SICNOTICIAS não se vê nenhuma outra notícia sobre Golf. Infelizmente, é muito raro o dia em que se vê uma notícia sobre Golf num telejornal dos 3 principais canais. Como é possível que nenhum deles tenha trazido ao ecrán uma notícia sobre o Open de Portugal realizado este ano na Penha Longa? Se fosse o rali era só directos a toda a hora, como é Golf não interessa! Nem uma notícia!! Será que a FPG já fez tudo o que está ao seu alcance neste assunto?
A candidatura à Ryder Cup 2018 pode ser uma alavanca muito forte para o lançamento do Golf como modalidade nacional se for bem aproveitada.
Os próximos meses serão decisivos para a definição da nossa candidatura com a realização do Portugal Masters em que já estão confirmados sete dos 12 da equipa europeia da Ryder Cup 2010. Faço votos para que o torneio seja mais uma vez um grande sucesso e que tenhamos uma estrela mundial a ganhá-lo, pois era uma grande ajuda para pormos o nosso País nas bocas do mundo golfista e aumentarmos as nossas hipóteses de receber a Ryder Cup.
Importa também pensar qual o papel que a Associação do Golf do Norte de Portugal poderá desempenhar na promoção e divulgação da modalidade junto das escolas do Norte do País.
Concluindo, resta-me dar os Parabéns ao OGC pelos 120 anos e a todos os que contribuíram e contribuem para que o Clube seja a referência que é hoje no Golf Nacional e fazer votos para que, aquando dos 150 anos, se possa festejar um aumento significativo no número de praticantes.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
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