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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Prémios 2010

O ano Golfístico Nacional aproxima-se da sua conclusão. Falta apenas o Jantar Anual da FPG onde se fará a distinção dos melhores do ano.

Como sabem, eu promovi duas sondagens para o Jogador Amador do Ano e o Jovem do Ano. As sondagens chegaram hoje ao fim e foram bastante participadadas, tendo em conta o estado ainda embrionário deste blog. Agradeço a todos a vossa participação!

É importante que fique registado que eu não controlo os resultados das sondagens e apenas posso votar uma vez. Logo, os resultados apurados são apenas consequência dos votos de cada um de vocês.

Não pus nenhuma sondagem nem para o Clube do Ano, nem para o Treinador do Ano, pois estes prémios são, na minha óptica, demasiado evidentes.

O Clube do Ano não pode fugir ao Oporto Golf Club que ganhou quase tudo o que havia para ganhar desde Inter-clubes em 4 diferentes categorias a Campeonatos Nacionais de Jovens, passando pela Taça da FPG e outros torneios individuais, e fez-se representar na Seleccção Nacional nos maiores torneios internacionais.

Por tudo isto, o prémio de Treinador do Ano também não pode fugir ao Eduardo Maganinho que tem feito um trabalho excepcional ao longo dos seus 27 anos de carreira, especialmente na última meia-dúzia de anos.

O Jovem do Ano, na minha opinião, deveria ser entregue ao Tomás Silva visto que ganhou o Campeonato Nacional Absoluto. Há quem defenda a regularidade do Gonçalo Pinto, mas quando um jovem de 18 anos se sagra Campeão Nacional Absoluto deve ser considerado o Jovem Jogador do Ano.

Daqui a 10 anos ninguém se vai lembrar as tranquilidades que ganhou este ou aquele, vão se lembrar que o Tomás Silva venceu o Nacional Absoluto no melhor campo de Portugal (em termos de layout) e com muito bons resultados.

Houve quem dissesse que eu não deveria ter deixado o João Magalhães de fora da sondagem. Reconheço que o devia ter posto em deterimento do Rafael Gaspar, mas quer um quer outro vão concerteza figurar nas próximas sondagens para jovem do ano, pois ainda são muito novos.

O João fez uma época muito boa (aliás como tem vindo a fazer), no entanto eu acho que não fica nada atrás da do Thomas Perkins por exemplo. Se o Tom tivesse, como devia, ido ao Europeu de Boys, quem sabe se não teria ganho mais alguns pontos para jovem do ano?

Finalmente, eu acho que o Manuel Violas deve ser considerado o Jogador Amador do Ano. O Manuel ganhou a Taça da Federação, lutou pela vitória no Internacional Amador de Portugal, ganhou um torneio internacional, foi Campeão Nacional de Clubes pelo Oporto (onde arrasou no strokeplay) e representou a selecção tanto no Europeu como no Mundial.

Por outro lado, há quem defenda que o Pedro Figueiredo deve receber o prémio pelos resultados alcançados internacionalmente, especialmente o 9º lugar individual no Campeonato do Mundo. E são estes resultados que permitem ao Pedro ficar em 1º no Ranking Nacional BPI.

Ora, todos sabemos que este ano não houve um jogador que dominasse o Golf Nacional. Neste contexto, a minha opinião é que se deve valorizar quem ganha torneios (um pouco à semelhança do que argumentei sobre o Jovem do Ano) e quem ganhou torneios este ano foi o Manuel Violas.

A ver no dia 14 a quem é que a Federação atribui os prémios...

Fico a aguardar os vossos comentários! Abraços e bom Golf!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O estado do Golf em Portugal

O Golf nacional tem vivido tempos de muita turbulência. Ora se vê uma notícia boa, ora se vê uma má.

A opinião generalizada dos não praticantes é que o Golf é um desporto de velhos, para velhos, jogado por pessoas ricas e sem espaço para outros extractos sociais. Ora, esta ideia não podia estar mais errada!

Pôr os seus filhos a jogar Golf hoje em dia é bastante acessível. Quem não acreditar, basta informar-se juntos de dois ou três clubes e tira a média. O Golf é um desporto bastante útil para os jovens, na medida em que os pode ajudar a adquirir grandes qualidades tais como: camaradagem, respeito pelos outros, disciplina, concentração, etc.

É verdade que o Golf já foi em tempos um desporto de elite, mas é actualmente acessível a todos os extractos da sociedade e a todas as idades. No entanto, em Portugal não se tem verificado o crescimento em número de praticantes que existe noutros países da Europa continental. Aliás, o número tem baixado!

Importa, pois, perceber quais as formas de potenciar um crescimento sustentado do número de federados.

Na minha opinião, a existência de campos municipais é um factor crucial para o desenvolvimento da modalidade. Actualmente, temos apenas um campo municipal: o de Cantanhede. Este campo, apesar de ser de pitch & putt, proporciona aos habitantes da região um primeiro contacto com a modalidade e, segundo consegui apurar, tem tido bastante afluência.

Este campo contribui também para desmistificar a ideia que referi no segundo parágrafo. Esta ideia gera muitos anticorpos em determinados sectores da nossa sociedade. As pessoas que divulgam esta ideia fazem-no normalmente sem nenhum fundamento, pois são totalmente desconhecedoras da modalidade.

Outra forma de potenciar o crescimento do Golf é a criação de Escolas Municipais em parceria com os clubes locais. Um exemplo perfeito é o da escola de Vila Nova de Gaia que consiste numa parceria entre o Clube de Golf da Quinta do Fojo e a Câmara Municipal. Estas escolas permitem, aos municípios que não têm meios para construir um campo de Golf, dar a conhecer a modalidade aos seus alunos com custos muito reduzidos para estes.

Por outro lado, um factor que contribui para a ideia referida no ínicio é a pouca divulgação dos resultados alcançados pelos jogadores nacionais. Ainda há uma semana Portugal alcançou a sua melhor classificação de sempre no Campeonato do Mundo por equipas e nem uma notícia apareceu nos telejornais.

Neste capítulo, eu já referi que acho que a FPG não faz tudo o que está ao seu alcance para divulgar os resultados alcançados, assim como os torneios realizados no nosso País. Como se pode aceitar que o Portugal Masters não tenha sido objecto de reportagens dos três principais canais? O Turismo de Portugal desembolsa 3M€ para este torneio e nem a RTP faz uma reportagem?!

Por outro lado, tem de se enaltecer o papel da SPORTTV na divulgação da modalidade através da criação de um canal exclusivamente dedicado ao Golf. Ainda tem pouca informação sobre o Golf Nacional, mas quero acreditar que irá ter mais no futuro.

A candidatura à organização da Ryder Cup 2018 pode ser o grande trampolim de que precisamos. Faça todos os votos para que tenhamos sucesso! Já vi umas notícias que referiam a possibilidade de poderem ser já anunciados os locais quer para 2018, quer para 2022 dado a qualidade de todas as candidaturas que estão em cima da mesa. Se não ganharmos em 2018, espero que possamos receber o 3º maior evento desportivo Mundial em 2022!!

Esta candidatura está a entrar na recta final (e decisiva), por isso deixo aqui a sugestão à FPG que faça a maior promoção possível e que use para isso todos os praticantes da modalidade.

A última vertente que quero abordar é a Associação de Golf do Norte de Portugal (AGNP). A AGNP foi criada com o objectivo de divulgar e fomentar a prática da modalidade. Infelizmente, não tem conseguido nos últimos anos nenhum desses objectivos.

Pondo de parte os problemas administrativos que agora enfrenta por motivos de saúde do seu Presidente e também do seu Secretário Geral, não podemos ignorar que é uma instituição que simplesmente não funciona. Seja por quezílias internas, seja por falta de saúde financeira, por falta de disponibilidade dos membros dos orgãos sociais e/ou por falta de apoio dos clubes (esta ordem de factores é aleatória), a AGNP está totalmente descredibilizada e não há pessoas conhecedoras da modalidade que tenham vontade de lhe tomar as rédeas.

Por conseguinte, defendo que a AGNP deve ser integrada na Federação pois só assim pode ter uma gestão profissional e capaz de usar todo o seu potencial na promoção da modalidade. O modelo da sua gestão seria o mesmo de actualmente, salvo que o seu Secretário Geral passaria a ser funcionário da Federação e não da Associação (seguindo o exemplo de outtras modalidades).

É sabido que a AGNP não tem meios financeiros suficientes para sustentar um Secretário Geral com as qualificações necessárias a tempo inteiro. E é também do senso comum que sem um funcionário com estas características não tem condições para existir.

Esta integração poderia também levar à criação de outras associações noutras regiões do País que poderiam desenvolver um papel importante, visto que estão mais próximas das populações locais.

Em suma, há ainda muito a fazer pelo Golf Nacional. Beijos, abraços e bom golf, porque não se esqueçam que “o Golf é um desporto de Inverno”!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Expresso BPI – Campeonato Nacional de Empresas

Joguei na semana passada as meias-finais do Expresso BPI na Estela. É um torneio excelentemente organizado e muito atractivo de se jogar.

Já é a quarta vez que jogo este torneio e nunca conseguimos passar das meias-finais. É o sentimento generalizado na nossa equipa que é muito difícil passar. Só com condições atmosféricas adversas, podemos ter alguma hipótese, dado a pontuação fora do normal que alguns pares conseguem com condições benéficas (sem vento ou chuva).

Ainda nestas meias-finais houve um par que conseguiu fazer a surreal soma de 50 pontos. Sim, CINQUENTA PONTOS! Jogavam com handicap 12 e fizeram 2 abaixo gross! Ora, sabendo que foram “controlados” durante o jogo (ou seja, não fizeram batota), é impossível alguém afirmar que têm o handicap devidamente aferido.

O que este torneio vem pôr a nú é a falta de controlo dos handicaps em Portugal. Já referi noutro artigo que deixar inúmeros clubes sem campo fazer atribuição de handicaps sem controlo pode levar a situações deste género. Há muitos jogadores que gerem o seu handicap durante o ano para poderem chegar a estas provas e ganhar viagens!

A Federação deveria permitir o acesso a todos os registos de handicaps dos seus federados (alguns clubes já permitem, o Oporto é um deles). Há várias maneiras de gerir handicaps. Por exemplo: se se estiver a jogar bem, fazer muitas pancadas nos últimos buracos de algumas provas para não se descer; criar torneios (que nem são jogados) com meia dúzia de jogadores em que todos jogam acima do seu handicap; não inserir bons resultados obtidos fora do seu home club; etc.

Só assim seria possível tirar todas as dúvidas sobre os handicaps de todos os jogadores nacionais.

Em relação ao Expresso BPI, é minha opinião que teria muito a ganhar se alterasse a modalidade de jogo para Greensomes (duas saídas, escolhe-se a melhor e joga-se pancadas alternadas) pois é uma forma de jogar muito mais justa que o Texas Scramble.

O Texas Scramble permite situações muito injustas, como por exemplo poder colocar a bola no meio da areia ou dos chorões depois do parceiro ter jogado do lie inical. É como se estivesse a jogar do fairway!

Só mudando a modalidade se pode evitar resultados inimagináveis como os registados nas várias eliminatórias e trazer mais credibilidade ao Campeonato Nacional de Empresas para, por conseguinte, defender o verdadeiro valor do Golf: o respeito pelo jogo e pelos adversários.

domingo, 17 de outubro de 2010

O Portugal Masters e a Ryder Cup 2018

Hoje acabou o Portugal Masters (PTM) de 2010. Tive o privilégio de ser caddie do Tiago Rodrigues e poder conviver com algumas das estrelas do Golf Mundial. Já tinha sido caddie do Tiago no Open de Portugal 2009, mas o ambiente do Portugal Masters é como comparar água com vinho!

Infelizmente, o Tiago não conseguiu jogar de acordo com o seu potencial e ficou fora do cut. Fica, no entanto, a certeza de que tem todas as condições para se bater com as estrelas da modalidade no futuro desde que continue a treinar com a preseverância e disciplina que tem hoje em dia.

O PTM é de longe o melhor torneio de Golf alguma vez realizado em Portugal. Apesar de este ano não ter atraído o mesmo número de estrelas que no ano passado, continua a afirmar-se como um dos bons torneios do European Tour. Todos os jogadores e caddies com quem falei disseram-me que o bom tempo que temos nesta altura no Algarve é uma das grandes razões que os fazem marcar presença no torneio.

O menor número de grandes jogadores presentes deve-se, em grande parte, à Ryder Cup ter sido jogada há 2 semanas e ter sido seguida pelo Dunhill em St. Andrews. Além do Prize Money do Dunhill ser 1,67 vezes maior que o do PTM, o cansaço inerente à participação nestes dois grandes torneios retirou alguns dos jogadores da equipa Europeia ao nosso torneio.

Esta foi também uma semana decisiva para a nossa candidatura à Ryder Cup 2018. Eu já escrevi sobre este tema na altura em que a candidatura foi lançada. Expressei as minhas dúvidas e incertezas quanto à sua elaboração, mas manifestei também o meu total apoio e desejo de sucesso. Conseguir trazer a Ryder Cup para o nosso País poderia constituir um grande (e necessário) impulso para o desenvolvimento do Golf.

Temos grandes pontos a nosso favor, como por exemplo as horas de Sol que temos nesta altura do ano, o facto de as pessoas virem para Portugal para jogarem Golf e não para visitarem uma cidade como Paris, Munich, Amesterdão ou Madrid e também pelo grande crescimento no número de jogadores que a Ryder Cup poderia potenciar.

Pelas notícias que tenho lido sobre este tema, um dos factores essenciais para vencer a organização da Ryder Cup é o estabelecimento de um compromisso duradouro com o European Tour. Isto é, a candidatura vencedora terá de garantir o patrocínio de um grande torneio do Tour durante vários anos (parece que o Wales Open está garantido por 10 anos).

Ora, perante isto e todas as dificuldades orçamentais Portuguesas, será que não vale a pena pensar em juntar os torneios profissionais existentes em Portugal num só? Se se juntasse o Open de Portugal, o Open da Madeira e o PTM num torneio de grande dimensão garantiríamos com certeza uma maior exposição do nosso País como destino de Golf e aumentávamos as nossas hipóteses de ganhar a organização da Ryder Cup.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

120 anos

Este ano comemoram-se os 120 anos do Oporto Golf Club e, consequentemente, do Golf Nacional. É com grande orgulho que sou sócio do OGC e que vou ter a oportunidade de estar presente na comemoração deste aniversário.

Para mim, o Oporto encarna os verdadeiros valores desta modalidade: história, respeito e companheirismo. Tradicionalmente, o Golf é considerado um desporto de Gentlemans. Os jogadores são responsáveis por cumprir e fazer cumprir as regras da modalidade.

O princípio básico das regras é a justiça: “Play the ball as it lies, play the course as you find it, and if you cannot do either, do what is fair.” Esta deveria ser a primeira frase ensinada aos jovens que se iniciam no Golf, juntamente com os princípios da etiqueta presentes também no livro de regras. A etiqueta inclui princípios como o do tratamento do campo (repor divots, alisar bunkers, etc) e como o respeito pelos “fellow-competitors” (p.e. jogo lento, manifestações de insatisfação desadequadas). Que outro desporto conhecemos que tenha uma secção no livro de regras dedicada a estes princípios?

Ora, tendo sempre em mente estes princípios, a comemoração desta efeméride deveria constituir o ponto de partida para se analisar o estado do Golf Nacional. Por que razão não se tem conseguido aumentar o número de jogadores nos últimos anos?

Podem ser apontadas duas grandes razões: a falta de campos públicos para a prática de modalidade a preços reduzidos e a falta de um jogador de nível mundial capaz de atrair a atenção dos media nacionais.

Começando pelos campos públicos, é incompreensível que ainda não se tenha conseguido construir o campo do Jamor. Louvando o trabalho da FPG na procura deste objectivo, não se entende como há atrasos sucessivos com qualquer governo (seja PS ou PSD). Há também agora o problema das providencias cautelares impostas pelos ambientalistas, mas esse é um problema da justiça e sobre o qual não tenho dados para me pronunciar.

Se houvesse um bocadinho mais de empenho por parte dos governos e das autarquias, já se tinham criado outros campos noutros concelhos (como o de Cantanhede) que permitissem o desenvolvimento da modalidade. Porque será que o Golf é sempre preterido em relação ao Ténis ou até ao Rugby??

Passando à segunda razão que indiquei, é minha opinião que já muito se faz hoje em dia para poder ter um grande jogador mundial. A grande esperança é o Pedro Figueiredo que já alcançou resultados extraordinários e é um rapaz com muita cabeça e que sabe o quer na vida. Espero que lhe corra tudo bem e que daqui a 4 ou 5 anos o vejamos a jogar o circuito Europeu. Mas há mais jovens amadores que podem dar o salto, assim como os profissionais que passaram agora à segunda fase da escola de qualificação. O Tiago Cruz já esteve muito perto uma vez de conseguir o cartão do European Tour e provou que somos capazes de lá chegar.

O aparecimento da SPORTTVGOLFE é uma grande notícia para a modalidade, mas sem contar com isso e com os programas de 10 min na SICNOTICIAS não se vê nenhuma outra notícia sobre Golf. Infelizmente, é muito raro o dia em que se vê uma notícia sobre Golf num telejornal dos 3 principais canais. Como é possível que nenhum deles tenha trazido ao ecrán uma notícia sobre o Open de Portugal realizado este ano na Penha Longa? Se fosse o rali era só directos a toda a hora, como é Golf não interessa! Nem uma notícia!! Será que a FPG já fez tudo o que está ao seu alcance neste assunto?

A candidatura à Ryder Cup 2018 pode ser uma alavanca muito forte para o lançamento do Golf como modalidade nacional se for bem aproveitada.

Os próximos meses serão decisivos para a definição da nossa candidatura com a realização do Portugal Masters em que já estão confirmados sete dos 12 da equipa europeia da Ryder Cup 2010. Faço votos para que o torneio seja mais uma vez um grande sucesso e que tenhamos uma estrela mundial a ganhá-lo, pois era uma grande ajuda para pormos o nosso País nas bocas do mundo golfista e aumentarmos as nossas hipóteses de receber a Ryder Cup.

Importa também pensar qual o papel que a Associação do Golf do Norte de Portugal poderá desempenhar na promoção e divulgação da modalidade junto das escolas do Norte do País.

Concluindo, resta-me dar os Parabéns ao OGC pelos 120 anos e a todos os que contribuíram e contribuem para que o Clube seja a referência que é hoje no Golf Nacional e fazer votos para que, aquando dos 150 anos, se possa festejar um aumento significativo no número de praticantes.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ganhar a todo o custo

Nos últimos torneios de jovens assistiu-se a cenas lamentáveis protagonizadas por jogadores a tentar ganhar por desclassificar e/ou penalizar os seus adversários.

Passou-se no nacional de jovens, como o João Pedro Themudo já relatou no seu blog, e passou-se num torneio do projecto drive do Norte. O que se passou no nacional de jovens foi inacreditável! E, poucos dias volvidos, a mesma jogadora conseguiu desclassificar um jogador no dia seguinte ao torneio porque este tinha levado um caddie durante 9 buracos.

Eu, tendo seguido muito de perto diversos torneios de jovens nos últimos anos, acho que o que se impõe pensar é quem é que ensina aos jovens estes métodos? São os pais, os treinadores?? É que se são os treinadores estamos muito mal, porque assim o Golf no nosso país não vai a lado nenhum...

O que é para mim mais chocante, é jogadores de tão tenrra idade já terem tanta falta de respeito pela modalidade e pela sua história. Quem não viu já o Jack Nicklaus a dar um putt ao Tony Jacklin no último match da Ryder Cup de 1969? Sabem o que ele disse? “I don't think you would have missed that Tony, but I didn't want to give you the chance.” Isto é a história e a essência desta modalidade de que tanto gostamos e estes são os valores que devemos preservar e ensinar aos jovens!

Outro grande exemplo do que significa o Golf para quem o joga, aconteceu há pouco tempo com o Brian Davies a perder um torneio no playoff auto-penalizando-se!

Todos os míudos deviam ver estes momentos, assim como o video sobre etiqueta do R&A antes de começarem a jogar competições.

E não podemos também esquecer que os árbitros deveriam estar mais atentos a estas situações e desempenhar funções de dissuasão destes comportamentos...infelizmente estas situações já começaram a acontecer na alta competição nacional há alguns anos!

domingo, 27 de junho de 2010

Potencial do Projecto Drive

O projecto Drive é, na minha opinião, uma das melhores iniciativas da FPG até hoje no Golf nacional. Tem permitido a vários jovens a iniciação no mundo competitivo aprendendo a lidar com todas as características inerentes aos torneios, especialmente, com as sempre importantes e complicadas regras de Golf!

Os torneios do Drive têm o seu apogeu por esta altura (devido às férias escolares) e os níveis de participação tem sido bastante elevados. Esta será também a altura ideal para se pensar no alrgamento deste projecto.

O potencial enorme que possuem as escolas poderia ser aproveitado por este projecto com acções de divulgação da modalidade por parte de monitores contratados pela FPG. Infelizmente, a ideia geral sobre o Golf continua a ser a de um desporto de elite, possível só para alguns e muito exigente em termos monetários. Ora, hoje em dia, o carácter elista desapareceu completamente e já não é tão caro começar a jogar dado os vários driving ranges existentes no nosso país.

Este potencial das escolas tem sido aproveitado tanto por entidades privadas ligadas ao Golf, como por alguns clubes. Por exemplo, aqui no Norte existe o exemplo do Golf da Quinta do Fojo que fez um acordo com a câmara de Gaia para a divulgação da modalidade nas escolas do concelho.

Eu penso que a federação e a AGNP podiam ser o motor desta expansão fazendo as tais acções de divulgação junto das escolas, celebrando para esse efeito acordos com as câmaras municipais e com os clubes locais. Estes acordos permitiriam, mediante o sucesso das acções de divulgação, a criação de escolas municipais de Golf com o apoio dos municípios nas despesas com treinadores e a cedência por parte dos clubes (ou entidades gestoras dos campos) das suas instalações para o funcionamento destas escolas.

Em suma, com a criação destes acordos estaríamos, com certeza, a retirar todos os dividendos possíveis do Projecto Drive para o crescimento do número de jovens jogadores de Golf em Portugal!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Boas Notícias para o Golf Nacional

Infelizmente, a cadência dos artigos continua muito aquém das minhas (e provavelmente das vossas) expectativas , mas não tendo tido o tempo necessário para dedicar a este blog. Vou tentar escrever dois ou três artigos nas próximas semanas, visto que não faltam temas!

Deixem-me partilhar convosco que tive muitos comentários positivos relativamente ao artigo sobre a AGNP, no entanto, essas pessoas ou não podem, ou não querem exprimir a sua opinião em público. Fiquei desiludido por o autor do comentário anónimo a esse artigo não se ter assumido, dado que fazia acusações graves e levantava questões pertinentes relativamente à gestão da AGNP e às relações com algumas empresas.

Entrando no tema do título, as últimas semanas trouxeram várias boas notícias para o Golf Português!

Começando no plano desportivo, os jogadores nacionais obtiveram excelentes resultados na Copa Andalucia! O destaque maior vai, obviamente, para o Manuel A. Violas que ganhou a competição, mas não nos podemos esquecer dos outros jogadores que também se classificaram em excelentes posições (tivemos 5 jogadores no TOP 10)!!

O grande esforço investido nas selecções nacionais nos últimos anos tem com certeza sido recompensado pelos resultados alcançados!

Na semana passada, estive em Tróia a jogar o Nacional Absoluto e pude ver um final fantástico de prova com o Tomás Silva a igualar o birdie do Miguel Gaspar no último buraco para vencer o Campeonato por apenas uma pancada! Num campo considerado por muitos o mais díficil do País registaram-se excelentes resultados. Pena que o campo (para mim com um layout fenomenal) não estivesse nas melhores condições e que isto seja recorrente em vários torneios da FPG ao longo do ano…este será certamente um tema a que irei voltar!

Referência também para a prova feminina que só também só ficou decidida nos últimos dois buracos. Parabéns ao Tomás Silva e à Joana Silva Pinto pelas conquistas!!

Ora, nestes torneios ficou patente a maturidade evidenciada pelos jogadores nacionais em situações de alta pressão, a qualidade técnica do seu jogo e, last but not least, a capacidade física existente para resistir a duas semanas seguidas muito intensivas!

Por conseguinte, no rescaldo do Open da Madeira e na antecâmara do Open de Portugal, é urgente repensar os critérios de atribuição de wild cards para estes torneios. Essencialmente no Open da Madeira tem-se verificado a atribuição de convites a profissionais de ensino sem qualquer espécie de treino e de experiência em torneios de alta competição. Não incluindo nesta reflexão os profissionais portugueses que já jogam em Tours secundários a nível europeu, porque não atribuir esses lugares aos amadores de topo nacionais (com critérios bem definidos), para potenciar o seu crescimento como golfistas e, quem sabe, servir de plataforma para mais altos voos? Li um artigo bastante interessante do Joel Neto sobre este tema na altura do Open da Madeira…

Em segundo lugar, não posso deixar de manifestar a minha alegria por sermos candidatos à organização da Ryder Cup 2018!! Mas, sobre este assunto há também muito a questionar. Vou esperar pela apresentação oficial da candidatura (penso que é amanhã) para depois escrever sobre isso.

Finalmente, queria desejar boa sorte ao Secretário Geral da FPG que é candidato a Director Executivo da IGF. Ter um português num lugar de tanta responsabilidade só poderia trazer benefícios para o Golf Nacional!

Beijos, abraços e bom Golf que está aí a Primavera!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Golf Feminino

Passa já mais de um mês desde o meu último artigo, mas não tem sido possível dedicar o tempo necessário ao blog.

Relativamente ao meu último artigo tenho a acrescentar dois pontos:

1)Reconheço que o estilo possa ser considerado um pouco brusco, mas não é minha intenção ser agressivo nem insultuoso para ninguém. Vou tentar melhorar nesta parte sem, no entanto, deixar de chamar a atenção para os pontos fulcrais nos diversos temas abordados neste blog;

2)Vi-me obrigado a eliminar um comentário deixado por um anónimo. Este comentário fazia acusações muito graves em termos das relações entre os responsáveis da AGNP e algumas empresas patrocinadoras da Associação. Se o comentário tivesse sido assinado, eu teria publicado, portanto se a pessoa que o fez quiser assumir faça favor!

O Golf Feminino tem sido um tema na moda nos últimos tempos, desde a criação de uma comissão na FPG exclusivamente direccionada para as Senhoras.

Eu não entendo a radicalização que se tem feito à volta deste tema. Para quem está de fora do mundo golfístico, parece que as Senhoras até agora não podiam jogar torneios. Ora, isto acontecia, mas em épocas muito longínquas!! Hoje em dia todos os clubes estão abertos a Senhoras e elas podem participar nos respectivos torneios, salvo algumas excepções (sabendo também que existem torneios em exclusivo para Senhoras).

Desde 2003 (salvo erro) todas as provas oficiais da FPG têm classificações separadas para Senhoras e Homens. A taxa de ocupação das vagas existentes nestes torneios para as Senhoras foi até este ano de 60%!!!!

Perante estes dados, podemos seguramente afirmar que não há mais Senhoras a jogar em Portugal simplesmente porque não querem! Não por não haver torneios em que elas possam entrar, nem restrições ao nível da entrada para sócia de algum club, nem qualquer restrição a nível de aceitação das Senhoras no Golf por parte dos Homens!

Abordando o trabalho efectuado até hoje por esta nova comissão, é minha opinião que o seu “core-business” está mal definido. A comissão tem apostado essencialmente na promoção de torneios sociais. Ora, não se pode promover o Golf Feminino sem apostar nas provas de alta competição e sem apostar na selecção feminina nacional.

Actualmente, as jogadoras portuguesas abandonam a alta competição sensivelmente quando entram para a Faculdade muito por culpa da Federação.

Tem sido prática corrente nos últimos anos não apostar na selecção feminina simplesmente porque as jogadoras capazes de fazer bons resultados lá fora terem entrado para a faculdade e assumido que não querem fazer do Golf a sua vida.

Eu acho que este princípio está errado. A selecção nacional devia ser uma equipa das melhoras jogadoras nacionais independentemente de terem 16, 20 ou 40 anos e de querem ser ou não Jogadoras Profissionais de Golf (este princípio devia-se também aplicar aos Homens).

Se a selecção não existir, as jovens nacionais deixam de ter o sonho, a ambição, a motivação de representar o país internacionalmente. São estes motivos que fazem muitos raparigas e rapazes com 12-17 anos passar a dedicar mais tempo à modalidade.

Ora, este é um tema sobre o qual se devia debruçar esta comissão a fim de avaliar a necessidade ou não de se reformular o modelo técnico da FPG relativamente às Senhoras, nomeadamente as vantagens e desvantagens de se regressar ao modelo da uma seleccionadora exclusiva para as Senhoras. Claro que estou a partir do princípio que as pessoas que constituem esta comissão têm as competências necessárias para poderem sugerir alterações a este nível. Mas se estão lá por algum motivo há-de ser…

O grande projecto apresentado até hoje por esta comissão é o Circuito Golfe Feminino. Este circuito suscita-me muitas dúvidas:

1)Como é que uma comissão da FPG não consegue criar um circuito a nível nacional, tendo só torneios no Norte de Portugal (o 1º teve 8 jogadoras…)?

2)Porque é que a página deste circuito aparece publicitada no site da AGNP e não do FPG?

3)Porque é que o circuito tem a sua informação alojada no site da AGNP (http://www.agnp.pt/docs/CIRCUITO%20DE%20GOLFE%20FEMININO%202010_Regulamento%20Circuito.pdf) e não no da FPG ou mesmo num site próprio? Afinal é organizado por quem? Pela comissão pertencente à FPG ou pela AGNP?

4)Este última dúvida leva-me à maior dúvida de todas: será que esta comissão tem o apoio de todos os membros da direcção da Federação e de própria Federação como instituição??

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A contínua degradação da AGNP

Este artigo vai incidir sobre uma instituição que me diz muito em termos de Golf: a Associação de Golfe do Norte de Portugal.

Nunca me vou esquecer que o primeiro torneio que ganhei foi o Campeonato do Norte de Juvenis em 2001. Nessa altura todos os bons jogadores gostavam de jogar os torneios da Associação, que era uma instituição bem vista pelos clubes, profissionais e todos os jogadores. Actualmente está completamente desacreditada e é constantemente posta de parte pelos melhores jogadores. Infelizmente, no ano passado já nem sequer se conseguiu ter jogadores para fazer o Campeonato do Norte de 1as Categorias!!

O principal problema está na concepção da associação...a AGNP é, actualmente, uma associação usada para organizar torneios sociais e não para a promoção do Golf!!

Nunca nos podemos esquecer que ela existe para servir os clubes (que são quem a sustenta) e não para ser servida pelos clubes. Ou seja, a direcção da AGNP deve trabalhar em constante comunicação com os clubes.

Isto não sucede porque os seus responsáveis têm opiniões completamente desligadas da realidade, senão vejamos:

Ainda há pouco tempo, no jantar anual da AGNP, consegui ouvir a Presidente da Comissão Executiva a dizer: “A AGNP é neste momento, uma Instituição competente e credível que foca os interesses na divulgação da modalidade agindo sempre de acordo e em sintonia com a Federação Portuguesa de Golfe.”, e mais: “Conseguimos reunir uma equipa técnica exemplar que se desdobra na exigência e rigor das provas realizadas querendo-se aproximar cada vez mais ao nível das provas da FPG e que insiste no ensino de regras promovendo acções de esclarecimento”!!! Eu, conseguindo (a muito custo) aguentar as gargalhadas que estas frases me provocam, fiquei a pensar se a Presidente estaria a falar da mesma AGNP que eu conheço…é que não podia estar de certeza! Que maior prova de falta de credibilidade e de sintonia com a FPG e de falta de rigor na organização de torneios poderia haver que a retirada, por parte da FPG, à AGNP da organização dos torneios do Projecto Drive??!!

E depois ouvi ainda mais uma frase fenomenal: “Apresenta-se ainda como elemento de união entre a Federação e todos os clubes e campos de golfe do Norte do país.”! Será que estamos como o Primeiro-Ministro quando fala num País que não existe e lhe chama Portugal??

Consequentemente, e sem abordar as competências dos seus responsáveis, é minha opinião que é urgente repensar o modelo organizativo da AGNP e, aqui sim, podemos olhar para outras modalidades para reformularmos este modelo.

Assim sendo, penso que a AGNP deveria ter a seguinte organização:
1)Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Direcção;

2)A Direcção:

a.Seria composta por um máximo de 5 membros com reconhecida cultura de Golf;

b.Seria responsável pela representação institucional da AGNP, pelos contactos com os clubes, com a FPG e pela angariação de patrocínios;

c.Seria também responsável pela designação de uma Comissão Técnica;

d.Teria sobre sua dependência directa um Director Técnico;

3)O Director Técnico seria responsável por toda a parte operacional da Associação:

a.Teria de ser uma pessoa licenciada, jovem, a trabalhar a tempo inteiro, com disponibilidade para trabalhar ao fim-de-semana, com cultura de Golf e que saiba o que é jogar Golf a um nível elevado;

b.Teria de trabalhar em constante articulação com a Comissão Técnica, na qual teria assento;

c.Seria responsável por elaborar do calendário de provas, que seria definido de acordo com o dos clubes a fim de evitar conflitos de datas;

d.Seria responsável pela organização dos torneios da Associação (inscrições, draws, classificações, etc.);

e.Seria ainda responsável pela definição de critérios claros e objectivos que permitiriam seleccionar os jogadores para jogar matches em representação da Associação (evitava-se a balbúrdia que é hoje em dia e provavelmente as constantes humilhações que a Galiza nos impõe!);

f.Teria sobre sua dependência directa 1 ou 2 Monitores(possuidores do curso de treinador de nível I, mas com muito boas noções da modalidade e com capacidade para ensinar), que seriam responsáveis por divulgar o Golf junto das escolas a fim de persuadir os mais jovens a iniciarem-se e auxiliariam o Director Técnico na organização de torneios.

Em suma, este seria o modelo que, do meu ponto de vista, melhor poderia servir o Golf no Norte do País e assim relançar a AGNP para voltar a ser a Associação que agregava todos os clubes e não apenas alguns como acontece actualmente.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ainda os cursos de "profissionais"

Após ler os comentários ao post anterior vejo-me na obrigação de escrever novamente sobre este tema.

Joana (acho que Osório, mas se pusesse o segundo nome não ficava mal e evitava eventuais confusões), não se pode comparar modalidades colectivas com individuais. Quem perceber minimamente de futebol, sabe que, essencialmente, os treinadores ensinam os jogadores a se posicionar e movimentar em campo e não como marcar um golo de calcanhar ou fazer um cruzamento de letra! O Golf é das modalidades mais tecnicistas que existem no desporto, por conseguinte precisa de ser ensinada por alguém com conhecimentos profundos. Compará-las seria idêntico a comparar Terra com Marte, que a única coisa que têm em comum é pertencerem ao mesmo sistema solar!!

Continuando na análise dos seus comentários, defender que pessoas com hnd 18.0 podem ensinar iniciados, mesmo com um treinador experiente ao lado, é absolutamente utópico! Nenhuma pessoa merece ser ensinado por uma pessoa que nem sequer sabe as partes do swing. É evidente que lá por se ter hnd baixo não quer dizer que se possa ser bom treinador. Eu, por exmplo, tenho hnd 3 e acho que não sei o suficiente ao nível da análise do swing para ser professor de Golf. Mas que ajuda, ajuda e não é pouco!

Fui ver o link que pôs no primeiro comentário e diz lá que para entrar no curso de nível I tem de se demonstrar “playing ability”, portanto é muito vago e não serve de ajuda para discutirmos este assunto.

Marta, gostei do que escreveste e acho que complementa muito bem o meu primeiro artigo. A tua ideia de formar monitores pode ser bastante interessante para promover o Golf junto das escolas.

Em relação aos restantes (tanto no blog como no Facebook), resta-me agradecer os elogios e a participação! Espero que continuem a comentar, pois o objectivo principal deste blog é contribuir para a discussão em torno deste desporto que nos diz muito!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cursos de “profissionais”

Infelizmente, só hoje tive tempo para escrever um artigo! Primeiro, tenho de agradecer as várias mensagens de parabéns que já recebi sobre o blog vindas de todo o país. É um sinal que este blog está a começar a cumprir o principio para o qual foi criado: fomentar a discussão sobre a modalidade e tentar encontrar novos caminhos para aumentarmos não só o número de praticantes, mas também a qualidade dos mesmos! Adiram ao grupo “O meu Golf” no Facebook e comentem à vontade tanto lá como aqui!

Passando ao tema deste artigo, há pouco tempo disseram-me que para se tirar um curso de profissional de Golf em Portugal o handicap máximo admissível era 18.0! Eu não acreditei, mas fui ver o regulamento e é verdade!!! Como é que isto pode ser possível?? Uma pessoa com handicap 18 pode alguma vez ter noções suficientes par poder dar aulas de Golf? A resposta é evidente: NÃO!

Mas vamos olhar para os outros requisitos de entrada no curso de nível I:

a)Possuir licença desportiva da Federação Portuguesa de Golfe;

Há quanto tempo? Não interessa? Se uma pessoa tiver hnd 18 e um ano de golf já pode ser profissional!

b)Ter o máximo de 18,0 de Handicap – EGA;

Este é para rir, senão tinha que chorar…

c)Ter pelo menos a escolaridade obrigatória e a idade mínima de 18 anos;

Este é pacífico e sensato.

d)Ficar qualificado na Prova de Jogo de acordo com o regulamento específico da respectiva competição, nunca inferior a duas voltas de 18 buracos, a definir anualmente em função do número de candidatos inscritos, tendo de obter no conjunto de duas voltas um mínimo de 32 pontos Stableford Gross;

Este também é inacreditável: 32 pts gross em duas voltas, portanto 40 acima do par (sem contar com triplos e quádruplos bogeys).

e)Aprovação em prova escrita de português (1 folha A4, cerca de 200 palavras) sobre tema a definir. Esta prova é considerada eliminatória, ficando dela isentos os candidatos com habilitações iguais ou superiores ao 12º Ano de escolaridade.

Também pacífico.

Com estas regras, não é de admirar situações como estas três que me contaram: numa das aulas do curso, um aluno não sabia o que era St. Andrews; noutra aula, outro aluno não sabia o que era o “take-away” no swing (talvez estivesse a pensar na Pizza Hut); noutra aula, esta prática, cada vez que uma pessoa dava um “top” a explicação dos futuros professores era aquela que ouvimos sempre: “tiraste os olhos da bola”!.

Ora, num país onde o primeiro-ministro tirou o curso ao domingo, onde há administradores de empresas públicas com habilitações suficientes apenas para um lugar de secretariado, vamos começar a ter professores de Golf sem as mínimas noções da modalidade. O que é que estes professores vão ensinar aos alunos? Como é que os alunos o respeitarão se o professor não é capaz de dar um “draw” ou um “fade” para exemplificar, se não sabe dar um shot do bunker, se não sabe explicar todas as modalidade (stableford, strokeplay, match-play, etc.) para não entrarmos no plano da etiqueta…da forma de estar no campo, na forma de cuidar do campo, na relação com os outros jogadores, enfim podíamos estar aqui todo o dia a enunciar conceitos atrás de conceitos.

É este o modelo de desenvolvimento desejado pela Federação? Pôr pessoas que não percebem nada da modalidade a ensiná-la? Ou é apenas mais uma forma de tentar aumentar desesperadamente o número de praticantes de Golf em Portugal? Eu gostava que algum dia alguém me conseguisse dar uma resposta a estas perguntas...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O BOOM dos clubes sem campo

Antes de mais, tenho de agradecer os comentários publicados e os muitos que recebi em privado. Infelizmente, ainda há muita gente que não quer afirmar a sua opinião publicamente com receio das consequências que daí podem advir. Mas isto também não é de admirar, visto que já chegámos ao ponto de se proibirem jornalistas de fazerem entrevistas a determinadas pessoas…

Passando ao assunto do tema deste artigo, verifiquei que existem em Portugal 135 clubes e 76 campos. Ora, fazendo uma conta muito por alto, pois alguns campos não têm nenhum clube sediado, há sensivelmente 59 clubes sem campo. Hoje em dia há clubes de tudo e mais alguma coisa, inclusive, imagine-se, o Clube do SKIP. Sim, o detergente!


Fiz uma pesquisa muito pouco exaustiva, pois o site da FPG não permite muitas opções, e descobri clubes com 9 federados e com autoridade de handicap!!! Portanto, sabendo que já houve clubes proibidos de gerir handicaps e que há casos conhecidos de grupos de pessoas que formaram clubes para poderem gerir o seu handicap para as “provas sociais”, eu pergunto: será que há um controlo rigoroso destes clubes sem campo e com muito poucos federados?

Todas as pessoas conhecem o torneio Expresso BPI das empresas: imaginem o seguinte: eu reúno 7 amigos, constituímos um clube, fazemos uns torneios durante o 1º ano para aumentar o handicap (com umas descidas pelo meio para não ser escandaloso), inscrevemos duas equipas para o torneio e, como estamos com o handicap acima do nosso nível real de jogo, se tudo correr como o esperado vamos à Escócia em Novembro!

Não deveria existir na federação uma comissão exclusivamente dedicada aos clubes sem campo?? Há para o pitch-and-putt, há para o golfe feminino…

Outro problema é a etiqueta…ser sócio de um clube com campo proporciona que os sócios novos possam habituar-se às regras essenciais de etiqueta para se poder jogar golf através do convívio com os outros sócios, através das provas do clube orientadas para os handicaps mais altos, através de um teste teórico sobre como estar em campo (fundamental), através dos conselhos do profissional do clube, dos directores e dos amigos que já jogavam e que o introduziram no clube.

Há um vídeo indispensável para qualquer novo jogador de golf…o da etiqueta da R&A: http://www.youtube.com/watch?v=VPnJTgG0Mww.

Há claro a questão da quota anual que se tem de pagar para se ser sócio de um clube. Mas eu não estou certo que, para quem jogue + de 50 voltas por ano, seja mais barato ser sócio de um clube sem campo, tendo em conta os custos dos green-fees, das deslocações, etc. Já para não falar das regalias que advêm de ser sócio de um clube tanto em termos quantitativos, como em termos qualitativos.

O ano passado li um artigo no Jornal do Golfe do Salvador Costa Macedo, em que ele defendia as vantagens de ser sócio de um clube. Falava, entre outras, na comodidade das janelas horárias reservadas para sócios (em alguns casos, todo o dia!), na vantagem de se poder chegar ao clube sem ter partida combinada e “engatar” numa formação do tipo “falta um para a quadrada, não queres jogar connosco?”, poder jogar todas as provas do clube, e no convívio diário entre os sócios. São benefícios muitos significativos e muitas vezes inquantificáveis!

Mas os clubes sem campo não têm só desvantagens, pelo contrário. Aliás são uns dos responsáveis pelo aumento nos últimos anos (ainda que muito parco) do número de federados, apesar de estes serem maioritariamente jogadores na casa dos 35-50 anos e não jovens. Por outro lado, na minha opinião, muito mais importante que os clubes sem campo (que muitas vezes são meros grupos de amigos) são os driving ranges que proporcionam aulas a pessoas que queiram começar a jogar a preços normalmente reduzidos e com flexibilidade em termos de vestuário e horários pós laborais e pós escolares.

O que está aqui em causa é qual o modelo de desenvolvimento do Golf na dimensão dos clubes que queremos. Um modelo de contínuo facilitismo na criação de clubes sem campo com capacidade para organizar torneios e sem serem devidamente regulados (esperando que estes atraiam mais jogadores) ou um modelo mais orientado para os clubes com escola de jovens jogadores (independentemente de terem campo ou só um driving range) através de apoios financeiros, formação de pessoal e logísticos (e.g., transportes)?

Talvez esta última reflexão nos ajude a responder à pergunta do parágrafo anterior:

Num país em que se chora todos os dias para se construir um campo público (no Plano Nacional de Golfe estava previsto termos 22 em 2010!!!!), deixarmos um campo como o de Marvão a mato é um crime! Será que a Federação já fez tudo que estava ao seu alcance para não deixar cair o campo de Marvão?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Prémios 2009 FPG

No passado mês de Dezembro teve lugar o jantar anual da Federação Portuguesa de Golf em que foram distribuídos os prémios dos torneios mais importantes de 2009 e os prémios ditos especiais, ou seja, aqueles que (supostamente) premeiam as pessoas ou instituições que mais se distinguiram durante o ano.

Destes, há os decididos pela Comissão de Campeonatos e Alta Competição (Jogador Amador do Ano e Jogador Jovem do ano) e os decididos pela direcção da FPG (clube do ano, treinador do ano, etc.). É sobre os últimos que vou escrever hoje, pois foram os que me chocaram mais.

Não está aqui em causa quem os recebeu (Estela Golfe Clube e a sua Treinadora), mas sim os critérios em que se fundamentou a sua atribuição. Até hoje me pergunto quais poderão ter sido esses critérios, e se de facto eles existiram!

Durante o meu curso sempre me ensinaram a fazer um gráfico quando quisesse corroborar os meus argumentos. Ora, como se pode ver no gráfico abaixo, as diferenças quer em número de prémios, quer em número de jogadores premiados são esmagadoras!! Isto para não falar no número de jogadores cedidos à selecção nacional tanto pelo Oporto como por Vilamoura.


Apesar de toda a indignação que isto me provoca, no que temos de pensar são as consequências que a má atribuição destes prémios acarreta.

Há pessoas que dedicam, com sacrifício, muito da sua vida pessoal e profissional ao Golf a tentar ajudar o crescimento da modalidade e outras que fazem do ensino da modalidade a sua profissão. Qual será a motivação dessas pessoas para continuar com o mesmo empenho, se chegam ao final do ano e não vêem reconhecido o seu trabalho pela única instância capaz de o fazer a nível nacional?

Aqui não estamos a falar de golos anulados, ou de pénaltis mal assinalados, estamos a falar de prémios que deveriam ser atribuídos com base em critérios claros e conhecidos publicamente.

Finalmente, pode também haver consequências ao nível dos próprios jogadores, pois no fundo são eles os principais responsáveis pelos torneios ganhos. A confiança no seu trabalho e nas suas capacidades pode ser seriamente abalada, principalmente quando estamos a falar de jovens a dar os primeiros passos no Golf.

Comentem à vontade, mas fiquem desde já avisados que não vou tolerar insultos e más-criações! Beijos, abraços e Bom jogo!

Introdução ao blog

Os textos deste blog vão incidir sobre os modelos de desenvolvimento que acho adequados para a nossa modalidade não só a nível nacional, mas sobretudo a nível regional. tendo como protagonistas os Clubes e a Associação de Golf do Norte de Portugal (AGNP), por ser a única associação deste género existente em Portugal.

Aqui também procurarei dissecar algumas decisões polémicas tomadas a nível directivo quer da Federação Portuguesa de Golf quer da AGNP. Nunca sobre os clubes, pois estes são associações privadas e é minha convicção que os respectivos assuntos devem ser discutidos unicamente entre os seus sócios.

Espero que este blog possa contribuir para o essencial e urgente crescimento do Golf em Portugal particularmente nos escalões mais jovens e, para tal, conto com o vosso contributo.